
Os cristãos na Coreia do Norte enfrentam estupros, torturas, escravidão e
são mortos simplesmente por causa da sua fé, comprova um novo e
contundente relatório da Christian Solidarity Worldwide (CSW).
A CSW, ONG inglesa que luta pela liberdade publicou este mês o relatório
“Total Negação: Violações de Liberdade de Religião ou Crença na Coreia
do Norte”, que mostra como não existe liberdade de religião ou crença no
país liderado pelo ditador Kim Jong-Un.
“As crenças religiosas são vistas como uma ameaça à fidelidade exigida
pelo Líder Supremo, então qualquer pessoa que mantenha a fé acaba sendo
severamente perseguida”, afirma o documento. “Os cristãos sofrem de modo
significativo por que o partido comunista que lidera o país os rotula
como antirrevolucionários e imperialistas.”
Entre os casos documentados de violência contra os cristãos há casos de pessoas “colocadas em uma cruz com uma fogueira embaixo, esmagados por um rolo compressor, jogados de cima de pontes e pisoteados até a morte”.
Outros crimes bárbaros incluem “execuções sem julgamento, extermínio,
escravidão/trabalho forçado, transferência forçada de população, prisões
arbitrárias, torturas, perseguição, sequestros, estupro e violência
sexual, entre outros atos similares”.
Existe uma política de “culpa por associação”, em muitos casos, fazendo
com que os parentes dos cristãos também sejam presos, mesmo que não
professem a fé cristã, ressalta o relatório.
Embora oficialmente sejam conhecidos apenas 13.000 cristãos na Coreia do
Norte, acredita-se que o número real seja muito maior. Existem 121
locais de culto religioso na Coreia do Norte, afirma o
Centro de Dados dobre Direitos Humanos da Coreia do Norte, incluindo 64
templos budistas, 52 templos Cheondoista, três igrejas protestantes, uma
catedral católica e uma igreja ortodoxa russa.
As cinco igrejas ficam na capital, Pyongyang, no entanto, analistas
acreditam que elas servem apenas para tentar mostrar uma boa imagem da
Coreia do Norte diante da comunidade internacional, pois não há cultos.
Segundo informações de missões, existem 500 igrejas domésticas na Coreia
do Norte, formadas principalmente por pessoas cujas famílias eram
cristãos antes de 1950 – início da Guerra da Coreia que dividiu o país.
No entanto, eles não poderão estabelecer líderes nem usar materiais
religiosos.
O ministério Cornerstone International, que trabalha com os cristãos
naquela região, estima que existam entre 200 e 300 mil cristãos
norte-coreanos vivendo no país, que não são reconhecidos pelo governo, a
verdadeira igreja subterrânea.
Eles são obrigados a praticar sua fé em segredo, pois se forem pegos,
serão enviados para campos de trabalhos forçados, bastante conhecidos
pela população. Um homem que conseguiu fugir de um deles explicou à CSW
que conheceu um prisioneiro que foi enviado para o campo simplesmente
porque tinha passado um mês na China estudando a Bíblia.
Templos abertos, mas vazios
Os cristãos não são o único grupo religioso a sofrer sob o regime
comunista. Budistas e Cheonistas [crença tradicional coreana] também são
tratados como inimigos da revolução, embora a CSW acredite que “o
regime pode ter um maior grau de tolerância com as crenças consideradas
nativas da
Ásia ou da península coreana”. Um dos principais argumentos contra as
igrejas é que elas fariam parte de uma tentativa de dominação
estrangeira.
Segundo o extenso relatório do CSW, os templos abertos parecem mais com
museus que com prédios de atividades religiosas. “Estas instalações,
organizações e instituições permanecem abertas para mostrar a existência
de pluralismo religioso e aceitação, mas a realidade é outra”, sublinha
o material.
A CSW pede que a comunidade internacional apoie o encaminhamento da
Coreia do Norte para o Tribunal Penal Internacional, onde será
investigada todas as suas violações de direitos humanos.
Sua petição diz que “Muitos norte-coreanos estão sofrendo por causa de
sua fé, e a comunidade internacional precisa agir urgentemente para
acabar com a impunidade e garantir a prestação de contas… Todo esforço
deve ser feito para buscar a responsabilização e justiça para o povo da
Coreia do Norte, que sofre abusos dos direitos humanos em uma escala sem
paralelo no mundo moderno”.
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Com informações de Christian Today, via Gospel Prime
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