NESTE DIA INTERNACIONAL DE AÇÃO DE GRAÇAS, VENHA AGRADECER AO SENHOR POR TUDO, POIS SOZINHOS NADA CONQUISTAMOS.
Na Igreja Presbiteriana do Jenipapo na Av. José Ribeiro de Souza, 452. A partir das 19:30hs.
Somos Cristãos de Confissão Reformada, comprometidos com a Palavra de Deus, uma porta aberta para você e sua família. Nossos horários de reunião: Terça-feira às 19:30 Culto de Oração; Quinta-feira às 19:30 Culto de Doutrina e aos Domingos às 18:30hs Culto de Louvor e Adoração a Deus.
quinta-feira, 24 de novembro de 2016
segunda-feira, 21 de novembro de 2016
ELEIÇÃO DA NOVA DIRETORIA DA SAF P/ 2017
Ontem (20) tivemos a eleição para a nova diretoria da SAF/Jenipapo para o ano de 2017. Presidiu a eleição a Presidente da Federação de SAFs do Presbitério Sul de Sergipe, a irmã Valdira Monteiro. Foi uma bênção! Parabéns, auxiliadoras do Senhor.
sexta-feira, 4 de novembro de 2016
A HISTÓRIA DESCONHECIDA DO PROTESTANTISMO NO BRASIL: OS INDIOS PROTESTANTES REFORMADOS NOS ANOS 1600.

por Frans Leonard Schalkwijk
Na urgência de
encontrar aliados para assegurar o seu domínio, os holandeses firmaram alianças
com os tapuias.
Três vezes a
igreja protestante foi implantada no Brasil Colônia, três vezes foi expulsa
pelos portugueses católicos. Primeira vez: a igreja reformada dos franceses no
Rio de Janeiro (1557-1558); segunda, a dos holandeses na Bahia
(1624-1625); terceira, a dos holandeses, alemães, ibéricos, ingleses, franceses
e índios no Nordeste, quase 30 anos depois.
A história da
igreja protestante indígena durante a ocupação holandesa do Nordeste
(1630-1654) está registrada em vários arquivos, especialmente em Amsterdã e
Haia, na Holanda.
No século XVII,
Bahia, Rio de Janeiro e Pernambuco constituíam os três principais centros
urbanos do Brasil Colônia. A riqueza produzida pelo açúcar brasileiro ajudava a Espanha a
consolidar o seu domínio, enquanto procurava estrangular a jovem República dos
Países Baixos - ou seja, a Holanda.
Embora o Brasil
tivesse nascido como colônia portuguesa, a partir de 1580 Portugal havia
passado a fazer parte da União Ibérica, comandada pela Espanha. O Brasil, em
conseqüência, foi envolvido nos conflitos internacionais da coroa de Castela.
Na Holanda, pouco
depois de 1500 a casa de Habsburgo chegou ao poder e reuniu as possessões
alemãs, espanholas e holandesas nas mãos de Carlos V. Foi quando eclodiu, na
Europa, a Reforma Protestante (1517).
O sucessor de
Carlos V, Filipe II, rei da Espanha, decidiu eliminar os protestantes de
suas terras, o que levou à Guerra dos 80 Anos (1568-1648).
Com a derrota da
armada espanhola, em 1588, o poder da Espanha entrou em declínio, enquanto a
Holanda ganhou impulso, especialmente porque recebeu milhares de
refugiados franceses, belgas, espanhóis, alemães, poloneses. Tinha início a
Idade de Ouro dos Países Baixos.
O trono espanhol,
em represália, fechou seus portos para os holandeses, que foram obrigados a
singrar os oceanos, considerados até então considerados mares territoriais
ibéricos.
A Igreja Cristã
Reformada (Protestante) também crescia com o afluxo de refugiados perseguidos
por sua fé religiosa. Nessa Primeira Guerra Mundial, o vigoroso comércio
ultramarino holandês organizou duas grandes companhias - a das Índias Orientais
e a das Índias Ocidentais - para fortalecer a cooperação entre as empresas e se
proteger dos espanhóis.
O Atlântico era a
área da Companhia das Índias Ocidentais, cuja diretoria era composta de 19
membros, os chamados Senhores XIX, representantes das cidades cooperadoras, das
quais Amsterdão era a principal.
Cientes de que as
maiores riquezas da inimiga Espanha provinham das Américas, estes senhores
começaram a pensar na conquista de parte das colônias americanas como forma de
estancar a fonte de sustentação econômica das forças espanholas.
Nesse contexto, a
Bahia parecia presa fácil, e a cidade de Salvador foi tomada. Conquista,
entretanto, perdida um ano depois (1624-1625). Os holandeses, porém, decidiramprosseguir
com a empreitada, agora voltada para Pernambuco. O sucesso do projeto deu
início ao Brasil Holandês (1630-1654).
Durante esse
período, tem lugar um capítulo pouco conhecido da história eclesiástica
brasileira, a da Igreja Cristão Reformada, nome da Igreja Protestante na
Holanda. Era umaigreja do Estado, situação das igrejas no Ocidente, seja nos
países católicos, seja nos protestantes. A Igreja Cristã Reformada veio para o
Brasil sob a bandeira holandesa, e foi expulsa com ela.
Na medida que os
holandeses ampliavam o território conquistado, eram implantadas congregações
reformadas. Durante algum tempo, existiram 22 igrejas protestantes no Nordeste,
sendo que a do Recife era a maior, contando, inclusive, com uma congregação
inglesa e uma francesa. Esta se reunia no templo gálico, que tinha no conde
Maurício de Nassau seu membro mais ilustre e o pastorado era exercido pelo
espanhol Vicentius Soler.
Na leitura dos
documentos da época, surge uma igreja cercada de pessoas dispostas a expulsá-la
de sua terra como a religião dos invasores.
Entretanto, para os
índios, os holandeses não eram invasores, mas sim libertadores, o que levou a
missão reformada no Nordeste a fazer uma opção preferencial pelos indígenas.
Para os holandeses, as tribos aculturadas constituíam os brasilianos e as
não-subjugadas os tapuias.
Filipe Camarão: O
líder dos Potiguares recebeu honrarias do Rei Português por sua lealdade aos
interesses lusos.
O primeiro contato
entre os brasilianos e a Companhia das Índias Ocidentais ocorreu em Salvador.
Com a perda da cidade, em 1625, o almirante da frota holandesa seguiu para
onorte e aportou na baía da Traição, cerca de nove quilômetros ao norte da
Paraíba.

Os seis índios
potiguares - entre eles o índio Pedro Poti - permaneceram durante cinco anos
nos Países Baixos, onde foram alfabetizados e instruídos na religião reformada.
Pouco depois da invasão de Pernambuco, alguns desses índios foram enviados de
volta ao Brasil para servirem de línguas (tradutores) no contato com seus
compatriotas nas aldeias nordestinas.
O sistema de
aldeamento dos índios foi iniciado pelos padres católicos e continuou com os
holandeses. Por volta de 1639, o Rio Grande abrigava cinco aldeias de
brasilianos, a Paraíba sete, Itamaracá cinco e Pernambuco quatro. O trabalho da
igreja reformada teve início em cima do trabalho realizado pelos padres
católicos.
Os índios tinham
aprendido algumas orações, a confissão apostólica, conheciam os nomes de Jesus
e de Nossa Senhora, e tinham sido batizados; quanto ao mais, mantinham suas
crenças animistas. Cedo a Igreja Reformada começou a evangelizar os indígenas,
com apoio do governo, que precisava dos guerreiros na luta contra os
portugueses.
Mas, apesar dos
esforços, os holandeses não conseguiram estabelecer um método ideal de
evangelização. Entretanto, os documentos registram anotações sobre batismos. No
Presbitério de 1637, por exemplo, surge a questão do batismo de filhos de
brasilianos e de africanos de pais já batizados pelos padres católicos. A
Igreja Cristão Reformada reconheceu o batismo da Igreja Católica Romana, e
decidiu que os filhos de pais batizados poderiam receber o sinal da aliança
desde que seus pais confessassem a Jesus Cristo.
Em 1638, índios da
Paraíba pediram ao Presbitério um predicante próprio. Nestas alturas, o
Presbitério decidiu atender ao pedido dos indígenas e deslocar um pastor para
as aldeias para pregar a palavra de Deus, administrar os sacramentos e exercer
a disciplina eclesiástica, lembrando as três marcas da verdadeira igreja,
conforme o artigo 29 da Confissão Belga. Esse plano recebeu o apoio do governo,
sob a liderança de Nassau.
APESAR DOS
ESFORÇOS, OS HOLANDESES NÃO CONSEGUIRAM ESTABELECER UM MÉTODO EFICIENTE DE
EVANGELIZAÇÃO
Convidado, o pastor
David à Doreslaer mudou-se da capital da Paraíba para a aldeia de Maurícia. O
trabalho do pastor Doreslaer teve sucesso, pois foi elogiado pelos
representantes do Presbitério do Brasil em carta aos Senhores XIX, enquanto
Nassau comunicava que os próprios índios expulsaram os padres das aldeias.
Doreslaer e o
pastor inglês Johannes Eduardus ampliaram o trabalho missionário e deram início
ao ministério da educação. O primeiro professor protestante entre os índios foi
o espanhol Dionísio Biscareto, casado com uma holandesa. Biscareto foi nomeado
professor em Itapecerica, a maior aldeia da região de Goiana. Para as aldeias
paraibanas, foi indicado o professor inglês Thomas Kemp.
Em 1640 começou o
trabalho de brasilianização, movimento idealizado pelo pastor Soler, da Igreja
Francesa no Recife. Ele conheceu um brasiliano razoavelmente experimentado nos
princípios da religião, e no ler e escrever, capaz de instruir os índios. O
pastor Eduardus, por sua vez, lembrou a existência de índios em idênticas
condições em Goiana.
Assim, solicitaram
ao governo que esses índios fossem nomeados professores nas aldeias, com um
salário mensal de 12 florins, soldo de um cabo do exército. Esses dois índios
foram os primeiros professores indígenas da Igreja Protestante na América do
Sul.
Em livro publicado
em 1651, Pierre Moreau cita um jovem ministro britânico que traduzira as Santas
Escrituras para a língua brasiliana. Tudo indica que o hábil lingüista era o
pastor Eduardus. Mas o que foi traduzido? Provavelmente apenas trechos
bíblicos, mas, até hoje, não foram encontrados registros sobre o assunto nos
arquivos. O que fica evidente é o interesse da Igreja Cristã Reformada em
entregar aos índios a mensagem bíblica em sua própria língua.
Com a necessidade
de um catecismo em língua tupi, o pastor Doreslaer organizou um livro de
instrução que foi impresso na Holanda com o título Uma instrução simples e
breve da Palavra de Deus nas línguas brasiliana, holandesa e portuguesa,
confeccionada e editada por ordem e em nome da Convenção Eclesial Presbiterial
no Brasil com formulários para batismo e santa ceia acrescentados. Embora o
livro tenha sido criticado pelo Presbitério de Amsterdã, a Companhia das
Índias Ocidentais mandou imprimi-lo em 1641 e, no ano seguinte, distribuiu-o
no Brasil.
No terreno da
assistência social, a Igreja Reformada enfrentava a caótica situação
matrimonial existente na colônia, inclusive entre os índios. Muitos brasilianos
casados viviam separados de suas esposas e não podiam casar-se novamente,
embora muitos desejassem fazê-lo.
O Presbitério, em
1638, foi de opinião que a parte desertora do casal deveria ser citada por
edital público do juiz civil. Depois de determinado período, a parte abandonada
deveria ser considerada livre da parte desertora, o que deveria ser aprovado
pelo magistrado. Esta determinação, reconhecendo a fraqueza da natureza humana,
representa o primeiro projeto de reconciliação ou divórcio legal na América do
Sul.
Os resultados
práticos, entretanto, foram limitados, em razão das hesitações do magistrado,
temeroso de conseqüências mais amplas. Na outra ponta, o problema da escravidão
dos índios exigia solução urgente.
Desde o início da
chegada dos holandeses ficou claro que os indígenas, aculturados e
não-aculturados, deveriam ser livres. A liberdade dos brasilianos seria um dos
capítulos fundamentais da Constituição do Brasil Holandês e tratada nos
Regulamentos de 1629, 1636 e 1645.
Os holandeses não
só precisavam dos índios na guerra contra os ibéricos, como sentiam profunda
empatia pelos indígenas, pois, como eles, também estavam sendo oprimidos pela
União Ibérica, a superpotência mundial da época.
LIBERTAÇÃO DOS
INDÍGENAS
Os Senhores XIX
insistiram para que fossem postos em liberdade os brasilianos escravizados
pelos portugueses em 1625, depois da partida da esquadra holandesa. Esta
libertação demorou, e começou a se tornar concreta com o início do trabalho
missionário.
Em 1638,
descobriu-se que os moradores portugueses de Recife ainda mantinham indígenas
como escravos domésticos. Boa parte desses índios havia sido aprisionada pelas
expedições punitivas levadas a efeito ao redor da baia da Traição, em 1625. O
governo ordenou que todos os escravos fossem libertados imediatamente.
O governo holandês
também combateu duramente a semi-escravidão, lembrando aos proprietários
rurais, em Alagoas, que índios somente poderiam trabalhar nas lavouras por
livre vontade e recebendo a devida remuneração. O sub-pagamento foi outra forma
de exploração firmemente reprimida no Nordeste holandês. O governo determinou
que os capitães que abusassem de sua autoridade fossem exemplarmente
castigados.
Os índios, por sua
vez, desejavam se transferir para as aldeias que possuíam missionários e, após
intervenção do Presbitério, as autoridades promoveram as transferências para
colaborar com o crescimento da igreja de Deus.
Na história da luta
da Igreja Reformada no Brasil em favor da libertação dos índios é necessário
lembrar a lei do ventre livre de 1645, originária de consulta do pastor Kemp
sobre a situação de brasilianos casados com escravas africanas e escravos
negros casados com indígenas.
Em resposta, as
autoridades decidiram que a parte escrava do casal não se libertava pelo
matrimônio, mas podia ser alforriada, e que os filhos resultantes desse tipo de
casamento seriam considerados livres, reiterando que brasilianos, sem exceção,
eram livres.
EM RELAÇÃO À
ESCRAVIDÃO DOS NEGROS AFICANOS, AS CONSCIÊNCIAS CRISTÃS ERAM PRIMITIVAS, CONSIDERAVAM-NA
UM ESCRÚPULO DESNECESSÁRIO
Infelizmente,
quanto à escravidão africana, na época as consciências cristãs era
subdesenvolvidas. Quando o pastor Jacobus Dapper questionou se era lícito ao
cristão negociar ou possuir escravos africanos, até o conde de Nassau afirmou
que se tratava de escrúpulos desnecessários.
Nassau se
conformava ao espírito de seu tempo, mas contrariava o pensamento do pai
espiritual da Companhia, o belga Willem Usselinex, e do patriarca da Igreja
Reformada, o francês João Calvino.
O derradeiro período da
missão da Igreja Cristã Reformada começou com a realização de duas importantes
assembléias, uma eclesiástica, outra política. A mesa da Assembléia Geral das
Igrejas recebeu pedidos de tribos que queriam receber seus próprios obreiros.
O professor
Dionísio Biscareto foi ordenado pastor e dois brasilianos nomeados professores.
Poucos meses antes da chamada insurreição pernambucana, em 1645, realizou-se a
primeira grande assembléia indígena, com 120 representantes, em Itapecerica, na
capitania de Itamaracá.
Foram organizadas
três câmaras,: a câmara de Itamaracá, dirigida pelo índio Carapeba; a de
Paraíba, pelo índio Pedro Poti; e a do Rio Grande, pelo índio Antônio
Paraupaba.
O teste final e
violento da missão reformada veio com a eclosão da guerra de restauração
portuguesa. Os documentos atestam a impressionante fidelidade dos brasilianos
refugiados ao redor das fortalezas litorâneas.
O mais famoso
desses registros são as chamadas cartas tupis, trocadas entre dois primos
colocados em campos opostos, o capitão-mór Filipe Camarão e Pedro Poti. Camarão
era defensor do lado luso-católico na guerra; Poti, defensor do lado
flamengo-reformado. Essa correspondência deixa claro a estreita vinculação
entre fé e nação, igreja e Estado. Filipe Camarão escreveu: não quero
reconhecer a Antônio Paraupaba, nem a Pedro Poti, que se tornaram hereges
[...].
Em resposta datada
de 31 de outubro de 1645, dia da Reforma Protestante, Poti garante que seus
índios viviam em maior liberdade do que os outros, ressaltando que os
portugueses queriam apenas escravizá-los.
Poti lembra a
Camarão as matanças ocorridas na baia da Traição e em Sirinhaém, havia poucas
semanas, quando os portugueses, após a rendição da frota holandesa, mataram
perversamente 23 índios prisioneiros de guerra, quebrando as condições
previamente acordadas.
Confessou também
ser cristão, crendo somente em Cristo, não desejando contaminar-se com a
idolatria, e convidou seus parentes e amigos a passar para o lado dos piedosos,
que nos reconhecem no nosso país e nos tratam bem.
Ambos os primos não
veriam o final dessa luta sangrenta: Camarão faleceu em 1648, depois da
primeira batalha de Guararapes, e Poti no ano seguinte foi preso no cabo Santo
Agostinho pelos portugueses. Segundo testemunho de Paraupaba, Poti foi lançado
num poço, onde permaneceu durante seis meses.
O PRIMEIRO MÁRTIR
INDIGÊNA BRASILEIRO
Retirado de vez em
quando, padres se atiravam sobre ele, tentando obrigá-lo a abjurar a religião
protestante. Poti, entretanto, resistiu bravamente na fé protestante, e foi
embarcado para Portugal, para as câmaras de tortura do Santo Ofício, mas a
viagem não acabou, atalhada pela morte.
A guerra de
restauração aproximou ainda mais os índios dos holandeses e apenas o pacto com
os brasilianos garantiu a resistência flamenga durante nove anos.
Quando não houve
mais condições de manter Recife, com as tropas luso-brasileiras às portas das
fortificações e a armada portuguesa á entrada do porto, o Nordeste foi
devolvido a Portugal. Terminava, também, a missão cristã reformada, impossível
sem a proteção de um país protestante.
E DEPOIS?
Os holandeses no
Nordeste (1630-54): depois de uma árdua guerra contra a Espanha, a Holanda
calvinista conquistou a sua independência em 1568 e começou a tornar-se uma das
nações mais prósperas da Europa. Pouco tempo depois, Portugal caiu sob o
controle da Espanha por sessenta anos – a chamada "União Ibérica"
(1580-1640).
Em 1621, os
holandeses criaram a Companhia das Índias Ocidentais com o objetivo de
conquistar e colonizar territórios da Espanha nas Américas, especialmente uma
rica região açucareira: o nordeste do Brasil. Em 1624, os holandeses tomaram
Salvador, a capital do Brasil, mas foram expulsos no ano seguinte. Finalmente,
em 1630 eles tomaram Recife e Olinda e depois boa parte do Nordeste.
O maior líder do
Brasil holandês foi o príncipe João Maurício de Nassau-Siegen, que governou o
nordeste de 1637 a 1644. Nassau foi um notável administrador, promoveu a
cultura, as artes e as ciências, e concedeu uma boa medida de liberdade
religiosa aos residentes católicos e judeus.
Sob os holandeses,
a Igreja Reformada era oficial. Foram criadas vinte e duas igrejas locais e
congregações, dois presbitérios (Pernambuco e Paraíba) e até mesmo um sínodo, o
Sínodo do Brasil (1642-1646). Mais de cinquenta pastores ou
"predicantes" serviram essas comunidades.
A Igreja Reformada
realizou uma admirável obra missionária junto aos indígenas. Além de pregação,
ensino e beneficência, foi preparado um catecismo na língua nativa. Outros
projetos incluíam a tradução da Bíblia e a futura ordenação de pastores
indígenas.
Em 1654, após quase
dez anos de luta, os holandeses foram expulsos, transferindo-se para o Caribe.
Os judeus que os acompanhavam foram para Nova Amsterdã, a futura Nova York.
Frans Leonard Schalkwijk é coordenador do Departamento de História e
professor de História da Igreja na Faculdade Internacional de Teologia
Reformada.
Fonte: Teologia Reformada
quinta-feira, 3 de novembro de 2016
CATECISMO PARA CRIANÇAS PEQUENAS
1) Quem fez você?
Deus
2) O que mais Deus fez?
Deus fez todas as coisas.
3) Por que Deus fez todas as coisas?
Para a sua própria glória.
4) Por que tudo é do jeito que é?
Porque Deus decretou assim.
5) Como aprendemos acerca de Deus?
Deus revela-Se a Si mesmo.
6) onde Deus Se revela?
Em Sua Palavra e na natureza.
7) O que Deus revela na natureza?
Seu caráter, lei e fúria.
8) O que mais é revelado em Sua Palavra?
A misericórdia de Deus sobre o Seu povo.
9) onde está a Palavra de Deus hoje?
A Bíblia é a Palavra de Deus.
10) Quantos Deuses existem?
Há um único Deus verdadeiro.
11) Quantas pessoas há na Divindade?
Três.
12) Quem são essas pessoas?
Pai, Filho e Espírito Santo.
13) onde está Deus?
Ele está em todos os lugares.
14) Há quanto tempo Deus existe?
Deus sempre existiu.
15) Em que sentido o homem é um ser singular?
Ele carrega em si a imagem de Deus.
16) Quem foi o primeiro homem?
Adão.
17) Como era Adão quando foi criado?
Adão era bom.
18) Adão permaneceu bom?
Não, ele pecou.
19) O que é pecado?
Desobediência à lei de Deus.
20) Qual é o castigo para o pecado?
A morte.
21) O que veio aos homens pelo pecado de Adão?
A morte veio a todos os homens.
22) Por que o pecado de Adão afeta todos os homens.
Todos nós pecamos em Adão.
23) Todos os homens deverão morrer por causa do pecado?
Não. Deus elegeu alguns homens para a vida.
24) Como podemos ser salvos do pecado e da morte?
Somente por meio de Jesus Cristo.
25) Quem é Jesus Cristo?
Ele é o Filho de Deus.
26) Jesus pecou?
Não. Somente Ele é justo.
27) O que Jesus fez por Seu povo?
Ele venceu a morte.
28) Como Jesus fez isso?
Ele morreu e depois ressuscitou.
29) O que mais Jesus venceu?
Jesus venceu todos os Seus inimigos.
30) Os inimigos de Jesus são poderosos?
Eles se tornaram nada.
31) O que Jesus deu ao Seu povo?
Sua própria justiça.
32) O que Ele tomou do Seu povo para Si?
Os pecados.
33) Como a obra de Cristo é trazida ao Seu povo?
Pelo Espírito Santo.
34) Como o Espírito Santo faz isto?
Ele nos dá a fé.
35) O que é fé?
Fé é confiar em Jesus para a salvação.
36) Como podemos reconhecer a fé verdadeira?
A fé verdadeira produz boas obras.
37) Quem é o povo de Cristo?
O povo de Cristo é o povo que integra a sua Igreja.
38) Quais são os pontos característicos de Sua Igreja?
A Palavra, a disciplina e os sacramentos.
39) Como a Palavra é um traço característico da Igreja?
Toda a Palavra de Deus é pregada.
40) Como a disciplina é um traço característico da Igreja?
O povo de Deus é protegido.
41) O que são sacramentos?
Sinais e selos da aliança de Deus.
42) Que sacramentos existem?
O Batismo e Ceia do Senhor.
43) Quem é o Cabeça da Igreja?
Jesus Cristo.
44) Que ofícios Jesus designou para a Igreja?
Presbíteros e diáconos.
45) A Igreja é perfeita?
Ela está caminhando para a perfeição.
46) Quando ela será perfeita?
Na ressurreição.
47) O que vai acontecer na ressurreição?
Cristo vai julgar as obras de todos os homens.
48) O que será dos que praticaram a justiça?
Eles viverão com Jesus para sempre.
49) O que será dos que Jesus condenar?
Eles perecerão para sempre.
50) O que este julgamento promove em Cristo?
Exalta a Sua glória.
Deus
2) O que mais Deus fez?
Deus fez todas as coisas.
3) Por que Deus fez todas as coisas?
Para a sua própria glória.
4) Por que tudo é do jeito que é?
Porque Deus decretou assim.
5) Como aprendemos acerca de Deus?
Deus revela-Se a Si mesmo.
6) onde Deus Se revela?
Em Sua Palavra e na natureza.
7) O que Deus revela na natureza?
Seu caráter, lei e fúria.
8) O que mais é revelado em Sua Palavra?
A misericórdia de Deus sobre o Seu povo.
9) onde está a Palavra de Deus hoje?
A Bíblia é a Palavra de Deus.
10) Quantos Deuses existem?
Há um único Deus verdadeiro.
11) Quantas pessoas há na Divindade?
Três.
12) Quem são essas pessoas?
Pai, Filho e Espírito Santo.
13) onde está Deus?
Ele está em todos os lugares.
14) Há quanto tempo Deus existe?
Deus sempre existiu.
15) Em que sentido o homem é um ser singular?
Ele carrega em si a imagem de Deus.
16) Quem foi o primeiro homem?
Adão.
17) Como era Adão quando foi criado?
Adão era bom.
18) Adão permaneceu bom?
Não, ele pecou.
19) O que é pecado?
Desobediência à lei de Deus.
20) Qual é o castigo para o pecado?
A morte.
21) O que veio aos homens pelo pecado de Adão?
A morte veio a todos os homens.
22) Por que o pecado de Adão afeta todos os homens.
Todos nós pecamos em Adão.
23) Todos os homens deverão morrer por causa do pecado?
Não. Deus elegeu alguns homens para a vida.
24) Como podemos ser salvos do pecado e da morte?
Somente por meio de Jesus Cristo.
25) Quem é Jesus Cristo?
Ele é o Filho de Deus.
26) Jesus pecou?
Não. Somente Ele é justo.
27) O que Jesus fez por Seu povo?
Ele venceu a morte.
28) Como Jesus fez isso?
Ele morreu e depois ressuscitou.
29) O que mais Jesus venceu?
Jesus venceu todos os Seus inimigos.
30) Os inimigos de Jesus são poderosos?
Eles se tornaram nada.
31) O que Jesus deu ao Seu povo?
Sua própria justiça.
32) O que Ele tomou do Seu povo para Si?
Os pecados.
33) Como a obra de Cristo é trazida ao Seu povo?
Pelo Espírito Santo.
34) Como o Espírito Santo faz isto?
Ele nos dá a fé.
35) O que é fé?
Fé é confiar em Jesus para a salvação.
36) Como podemos reconhecer a fé verdadeira?
A fé verdadeira produz boas obras.
37) Quem é o povo de Cristo?
O povo de Cristo é o povo que integra a sua Igreja.
38) Quais são os pontos característicos de Sua Igreja?
A Palavra, a disciplina e os sacramentos.
39) Como a Palavra é um traço característico da Igreja?
Toda a Palavra de Deus é pregada.
40) Como a disciplina é um traço característico da Igreja?
O povo de Deus é protegido.
41) O que são sacramentos?
Sinais e selos da aliança de Deus.
42) Que sacramentos existem?
O Batismo e Ceia do Senhor.
43) Quem é o Cabeça da Igreja?
Jesus Cristo.
44) Que ofícios Jesus designou para a Igreja?
Presbíteros e diáconos.
45) A Igreja é perfeita?
Ela está caminhando para a perfeição.
46) Quando ela será perfeita?
Na ressurreição.
47) O que vai acontecer na ressurreição?
Cristo vai julgar as obras de todos os homens.
48) O que será dos que praticaram a justiça?
Eles viverão com Jesus para sempre.
49) O que será dos que Jesus condenar?
Eles perecerão para sempre.
50) O que este julgamento promove em Cristo?
Exalta a Sua glória.
quarta-feira, 2 de novembro de 2016
MARTINHO LUTERO: O PRECURSOR DA REFORMA PROTESTANTE
Martinho
Lutero nasceu a 10 de novembro de 1483 no centro da Alemanha, em
Eisleben, Turíngia/Alemanha. Seus pais, João e Margarida, eram pobres -
João era mineiro e lenhador - porém não iletrado, de modo que puderam
dar-lhe boa orientação educacional. Visando a melhorar a vida econômica,
fixaram residência, em 1484, em Mansfeld, onde Martinho iniciou seus
estudos. Terminando o curso da escola daquela localidade, então com 14
anos, deixou a casa paterna e ingressou na escola superior de
Magdeburgo. Depois de um ano ali, teve que retornar à casa paterna
acometido de grave enfermidade, indo por esta razão, no ano seguinte,
estudar em Eisenach. Três anos cursou o colégio de Eisenach. Em 1501
ingressava na Universidade de Erfurt, cidade conhecida como "Roma Alemã"
pelo número de suas igrejas e mosteiros. Obteve ali os graus de
Bacharel (1502) e Mestre em Arte (1505). No mesmo ano ingressou no curso
de Direito.
Este, porém, foi interrompido visto que, a 02 de julho de 1505, regressando da casa paterna, teve sua vida seriamente ameaçada por uma tempestade que, por pouco, lhe tirara a vida. Fez, nesta oportunidade, um voto a Sant’ana que, se lhe fosse dado viver, ingressaria no mosteiro para tornar-se monge. No dia 17 de julho de 1505 as portas do convento da Ordem dos Agostinhos fechavam-se atrás dele.
Este, porém, foi interrompido visto que, a 02 de julho de 1505, regressando da casa paterna, teve sua vida seriamente ameaçada por uma tempestade que, por pouco, lhe tirara a vida. Fez, nesta oportunidade, um voto a Sant’ana que, se lhe fosse dado viver, ingressaria no mosteiro para tornar-se monge. No dia 17 de julho de 1505 as portas do convento da Ordem dos Agostinhos fechavam-se atrás dele.
Sacerdote
Em fevereiro de 1507 foi ordenado sacerdote. Vivia, no entanto, em
completo desespero, buscando, dias e noites a fio, em tremendos
tormentos espirituais, resposta à pergunta: "De que maneira conseguirei
um Deus misericordioso?" Reconheceu muito logo que jamais seria possível
obter certeza de sua salvação mediante boas obras, pela impossibilidade
de saber se são suficientes, mormente em se tratando de uma alma de
consciência extremamente sensível.
Professor
Por indicação do vigário da ordem, João de Staupitz, que reconhecia em
Lutero urna erudição e inteligência incomuns, Lutero foi designado
professor na Universidade de Wittenberg, fundada em 1502 por Frederico, o
Sábio, duque da Saxônia e presidente dos sete eleitores civis que,
juntamente com sete autoridades religiosas, elegiam o imperador do Sacro
Império -Romano da Nação Alemã. Ocupou ali a cadeira de Teologia.
Continuou também seus estudos, instruindo-se principalmente nas línguas
gregas e hebraica. A 09 de março de 1509 obteve o grau de Baccalaureus
Biblicus.
Viagem a Roma
Em 1511, então com 28 anos, foi enviado em missão diplomática a Roma,
para solucionar uma divergência entre sete conventos de sua Ordem e o
vigário geral da mesma. A corrupção, imoralidade, as zombarias, o
desrespeito do clero e da cúpula da igreja para com as coisas sagradas
marcaram nele uma profunda decepção. Embora profundamente entristecido,
as esmagadoras desilusões sofridas não o levaram a descrer de sua
igreja.
Doutor em Teologia
Em outubro de 1512, recebia, das mãos do decano da faculdade de
Teologia, o grau de Doutor em Teologia. Assumiu, a seguir, a cadeira de
Lectura in Bíblia lecionando, à base das línguas originais, o hebraico
do Antigo Testamento e o grego do Novo Testamento, incorporando
conquistas do humanismo na ciência da interpretação de textos. Ainda em
1512, foi eleito subprior do convento de Wittenberg. Em maio de 1515, o
cabido geral reunido em Gotha o designava vigário do distrito, que
compreendia onze conventos sob sua orientação e autoridade.
Preleções
As suas preleções eram tão concorridas que a elas acorriam estudantes de
todas as partes e países vizinhos. Os professores assistentes também
aumentavam. O reitor da Universidade chegou a declarar, como que em
antevisão: "Este frade derrotará todos os doutores; introduzirá uma nova
doutrina e reformará toda a igreja; pois ele se funda sobre a palavra
de Cristo, e ninguém no mundo pode combater nem destruir esta
Palavra..." (Melchior, Adam. Vita Lutheri, p. 104). Ocupando o púlpito, a
capela logo não mais podia comportar os assistentes. O senado o
convidou então a ocupar a igreja paroquial da cidade.
Justificação pela fé
Nos seus conflitos espirituais, o texto bíblico que lhe trouxe a luz da
verdade e a paz de consciência veio a ser a célebre passagem da Epístola
aos Romanos (1.17), em que o apóstolo cita o profeta Habacuque: "0
justo viverá por fé" Viu que São Paulo fazia do sacrifício de Cristo o
centro da verdade em religião. Seus pecados, angústias, sofrimentos
haviam caído sobre os ombros de Cristo na cruz; Cristo fizera o que ao
pecador teria sido impossível fazer com suas penitências e méritos
pessoais.
As Teses
Em 1517, Lutero quis provocar um debate público sobre a venda de
indulgências promovidas pelo Papa Leão X e o arcebispo Alberto de
Mogúncia através da Ordem dos Dominicanos. Quando pregou à porta da
Igreja do Castelo de Wittenberg, em 31 de outubro de 1517, o pergaminho
com as 95 teses em latim para serem debatidas entre os acadêmicos,
conforme o costume da época, não desejava desencadear um movimento na
história da igreja. Era o pároco que, com preocupado, via como as almas
dos fiéis eram desnorteadas por um grande escândalo, descaradamente
apregoado em nome da santa Igreja: a venda do perdão de Deus, como se
fosse mercadoria, por meio de cartas de indulgência, cujo lucro se
destinava ao término da basílica de São Pedro e à cruzada contra os
turcos. Seu principal proclamador era o dominicano Tetzel. Eis algumas
das teses apresentadas por Lutero: - Dizendo nosso Senhor e Mestre Jesus
Cristo: Arrependei-vos... etc., pretendia falar da vida interior do
cristão que deveria ser um contínuo e ininterrupto arrependimento (Tese
I) - Pregam futilidades humanas quantos alegam que no momento em que a
moeda soa ao cair na caixa a alma se vai do purgatório (Tese 27) - Todo o
cristão que se arrepende verdadeiramente dos seus pecados e sente pesar
por ter pecado, tem pleno perdão da pena e da dívida, perdão esse que
lhe pertence mesmo sem breve de indigência (Tese 36) - Esperar ser salvo
mediante breves de indulgência é vaidade e mentira, mesmo se o
comissário de indulgências e o próprio papa oferecessem sua alma como
garantia (Tese 52) As proposições sobre as indulgências eram completadas
por algumas outras, que continham o que viria a ser fundamental na
doutrina luterana: - Aos olhos de Deus, não há na criatura senão
concupiscências; - Ninguém se salva senão pela graça de Deus através da
fé. O efeito dessas teses foi tão inesperado, que elas não ficaram entre
os letrados; traduzidas ao alemão, em poucas semanas se espalharam por
toda a Alemanha e outras partes da Europa, chegando ao conhecimento do
povo em geral.
Reação de Roma
Em 1518, Roma tratou de liquidar o caso do monge de Wittenberg. Lutero
foi chamado para responder processo em Roma, dentro de sessenta dias.
Mas, por interferência de Frederico, o Sábio, Príncipe da Saxônia, o
Papa consentiu que a questão fosse tratada em Augsburgo, pelo Cardeal
Cajetano. Este exigia simplesmente que Lutero se retratasse, o que este,
naturalmente, não fez. Tinha Lutero nessa época o apoio do capítulo da
Ordem dos Agostinhos e do corpo docente da Universidade de Wittenberg.
Cajetano declararia depois dos três encontros com Lutero: "Ele tem olhos
que brilham, e raciocínio que esconcertam".
O Papa temia suscitar oposição cerrada entre os príncipes alemães.
Valeu-se, para que isso não acontecesse, da diplomacia. Condecorou o
protetor de Lutero, Frederico, o Sábio, com a "Ordem da Rosa Áurea da
Virtude" para afastá-lo de Lutero, e enviou o conselheiro Karl von
Miltitz. Este conseguiu, com brandura, queLutero escrevesse uma carta ao
papa, declarando sua fiel submissão; mas reafirmou, também, sua
doutrina da justificação pela fé somente, sem os méritos de obras. Expôs
e defendeu sua posição num debate com o Dr. João Eck em Leipzig. O que
precipitou o rumo das coisas foi sua declaração de que nem todas as
doutrinas de João Hus (queimado como herege em Constança, em 1415) eram
falsas, e que os concílios são passíveis de erros em suas decisões. Isto
o colocou à margem da igreja papal, que se fundamentava sobre a
infalibilidade do papa e dos concílios.
Primeiros Escritos
Em 1520 escreveu três livros fundamentais mostrando o antagonismo do
sistema de salvação papal e o ensino bíblico: "À Sua Majestade Imperial e
à Nobreza Cristã sobre a Renovação da Vida Cristã",- "Sobre a
Escravidão Babilônica da Igreja" e "Da Liberdade Cristã" ' Alguns de
seus pensamentos-chave aí registrados são estes: - "0 cristão é um livre
senhor sobre todas as coisas e não submisso a ninguém - pela fé"; "o
cristão é servidor de todas as coisas e submisso a todos - pelo amor".
"Não fazem as boas obras um bom cristão, mas um bom cristão faz boas
obras".
Excomunhão
A resposta do Papa foi a bula de excomunhão Exsurge Domine. Tinha ainda
60 dias para retratar-se do que havia escrito e ensinado. Em 03 de
janeiro de 1521 esgotou-se o prazo dado na bula, sendo então proferido o
anátema definitivo, pela bula Decet Romanum Pontificem.
Dieta de Worms
Em 1521 reunia-se a primeira Dieta ou Assembléia do império, presidida
pelo jovem imperador Carlos V, eleito em 1520, em sucessão a
Maximiliano, para dirigir o reino "em que o sol não se punha". Lutero,
intimado, compareceu diante da assembléia em 17 e I S de abril de 15 2
1. Perguntado se renunciava ao que tinha escrito, respondeu: "Não posso,
nem quero retratar-me, a menos que seja convencido do erro por meio da
palavra bíblica ou por outros argumentos claros. Aqui estou; não posso
de outra maneira! Que Deus me ajude. Amém".
Tradução do Novo Testamento
Proscrito pelo imperador, foi posto em segurança pelo duque Frederico,
através de um seqüestro simulado de cavaleiros embuçados, durante sua
viagem de retomo, e escondido no Castelo de Wartburgo, nas proximidades
de Eisenach. Sua principal realização nesse período foi a tradução do
Novo Testamento grego para um alemão fluente de grande aceitação
popular. Os primeiros 5 mil exemplares esgotaram-se em 3 meses. Em cerca
de dez anos houve 58 edições. Em 1522, com risco de vida, reassumiu as
funções de professor em Wittenberg. Juntamente com Felipe Melanchthon
(cognominado Praeceptor Germaniae - educador da Alemanha), seu grande
amigo e colaborador, instruiu centenas de estudantes alemães, boêmios,
poloneses, finlandeses, escandinavos.
Guerra dos Camponeses
Marcou o ano de 1525 a Guerra dos Camponeses - uma revolução armada em
que os camponeses, sob federação, reivindicaram mais liberdade aos
latifundiários. Em seus objetivos políticos sociais idealizaram Martinho
Lutero como chefe. Confundiram reivindicações políticas com aspirações
religiosas. Lutero, embora compreendendo suas necessidades, viu-se
forçado a distanciar-se do movimento porque não era política a missão
dele. A carnificina, com batalha final em Frankenhausen, trouxe
prejuízos ao movimento da Reforma. Mas esta, a despeito de todos os
abusos praticados em seu nome, se expandia. Lutero procurava consolidar
as igrejas e escolas que haviam aderido à Reforma em território alemão e
países vizinhos. Neste mesmo ano (I 525) casou-se com uma ex-freira,
Catarina de Bora, de cujo casamento lhes nasceram 6 falhos.
Culto e Liturgia
De 1527 a 1529 esteve empenhado na organização da Igreja Evangélica.
Compositor e poeta, compôs trinta e sete hinos. Cabe-lhe a celebridade
de popularizar o Lied eclesiástico. Era também conhecido como o
"Rouxinol de Wittenberg". Traduziu a ordem da missa para o alemão -
Deutsche Messe 1526 - a partir do que os cultos passaram a ser celebra.
dos na língua do povo, e não no latim que ninguém entendia.
Os dois Catecismos
Em 1529 redigiu dois manuais de instrução, até hoje em uso nas igrejas
luteranas: "Catecismo Menor" e "Catecismo Maior" Os dois volumes
apresentam, em seis partes, um sumário da doutrina cristã. O primeiro é
escrito, especialmente, para as crianças; o segundo, para os pais.
Justificando, o Reformador afirma: "A lamentável e mísera necessidade
experimentada recentemente, quando também fui visitador, é que me
obrigou e impulsionou a preparar este Catecismo ou doutrina cristã nesta
forma breve, simples e singela. Meu Deus, quanta miséria não vi! O
homem comum simplesmente não sabe nada da doutrina cristã, especialmente
nas aldeias". Numa outra oportunidade afirma: "Eu também sou doutor e
pregador, e, na verdade, tenho de continuar diariamente a ler e estudar,
e ainda assim não me saio como quisera, e devo permanecer criança e
aluno do Catecismo".
Somente a Escritura
No mesmo ano realizou-se, no mês de outubro, um encontro entre Ulrico
Zwínglio e Lutero para um debate doutrinário, denominado Colóquio de
Marburgo, urna controvérsia eucarística. O pregador Zwínglio, que vivia
na Suíça, também reconhecera a apostasia da igreja romana, pregai)do a
Palavra e testemunhando contra as indulgências. Diferia, no entanto, da
doutrina de Lutero e a discrepância básica resumia-se na pergunta: Os
artigos de fé devem basear-se exclusivamente na Palavra de Deus ou
também na razão humana? Não chegaram a um acordo, visto que a resposta
de Lutero não admitia dúvida: A Escritura, e nada além dela, é fonte de
artigos de fé, como também, mais tarde, a Fórmula de Concórdia o
expressa: "Cremos, ensinamos e confessamos que somente os escritos
proféticos e apostólicos do Antigo e do Novo Testamento são a única
regra e norma segundo a qual devem ser ajuizadas e julgadas igualmente
todas as doutrinas e todos os mestres".
Confissão de Augsburgo
Auxiliou o duque João Frederico a delinear sua estratégia em relação à
Dieta de Augsburgo (l53O), convocada Pelo imperador para superar o
cisma- Acompanhou a redação, por Felipe Melanchthon, duma defesa
oficial, que veio a chamar-se Confissão de Augsburgo.
O documento - a primeira e mais notável das confissões evangélicas - foi
lido em público à assembléia imperial, em nome de príncipes e cidades
partidárias da Reforma, a 25 de junho de 1530. Era Composto o documento
de duas partes: uma, dogmática; outra, apologética. Argumentavam na
Confissão que, quanto à doutrina, continuavam fiéis ao que a igreja
vinha ensinando à base das Escrituras Sagradas, conforme os Credos
Apostólico e Niceno; com respeito ao culto, mantinham os ritos antigos
consentâneos ao evangelho, cancelando apenas aqueles costumes, ritos e
cerimônias que obscureciam a glória de Jesus Cristo como o único
Mediador entre Deus e Os homens. Reivindicaram, por conseguinte, o
direito de conviver em Paz com o papa e os bispos no seio da igreja do
império. O imperador, ouvida a Confissão, determinou que os teólogos de
Roma elaborassem a Confutação Católica à confissão de Augsburgo. A 03 de
agosto fez-se a leitura desta. Não terminava ainda a apresentação de
confissões religiosas, e Lutero e Melanchthon responderam à Confutação
com a Apologia da Confissão de Augsburgo, de alto valor teológico, mas
da qual a Dieta não quis tomar conhecimento. A Dieta lhes concedeu o
prazo até 15 de abril de 1531 para voltarem ao seio da igreja romana e
exigiu rigoroso cumprimento do Édito de Worms. Embora desaconselhados
por Lutero, constituiu-se em fevereiro de 1531 uma poderosa agremiação
política dos príncipes luteranos, denominada "Lida de Esmalcalde".
Porém, em vista do perigo dos turcos às portas do império, em Viena, o
imperador dependia do auxilio militar dos príncipes evangélicos; por
isso, pela Paz de Nüremberg, para a qual Lutero muito contribuiu, em
1532, permitiu aos adeptos da Confissão de Augsburgo a persistirem nas
suas doutrinas e concedia-lhes ainda outros privilégios. Essa tolerância
seria dada até a realização de um concílio da igreja.
Tradução do Antigo Testamento
Não houve, assim, apesar dos esforços, uma maneira de restabelecer a
unidade na igreja e no império. Em 1534 Lutero terminava uma tarefa em
que havia trabalhado mais de 10 anos: a tradução do Antigo Testamento
para o alemão. No mesmo ano pode-se publicar, então, a Bíblia completa.
Em 1536 Lutero redigiu, por solicitação do duque João da Saxônia,
artigos para serem apresentados num "Concilio geral livre" convocado
pelo Papa. Os Artigos de Esmalcalde, porém, não chegaram a ser
apresentados. Os líderes evangélicos concluíram que o concilio não seria
livre e se negaram a participar do Concílio de Trento (l545 - 1563),
que desencadeou a contra-reforma, no pontificado de Paulo III.
Paz de Augsburgo
A Paz de Augsburgo, em 1555, atendeu, de certa forma, aos reclamos dos
evangélicos. Substituiu a tolerância religiosa nestes termos: os
príncipes e cidadãos do império respeitariam a filiaçao religiosa de
cada um, e o povo teria a opção de adotar a confissão religiosa do
respectivo domínio ou de emigrar a território que tivesse a confissão
desejada.
Martinho Lutero faleceu aos 62 anos de idade, em 18 de fevereiro de
1546, em sua cidade natal, Eisleben, depois de solucionar um litígio
entre os condes de Mansfeld. Com grande cortejo fúnebre e ao som de
todos os sinos, Lutero foi sepultado sob as lajes da igreja do Castelo
de Wittenberg, onde sempre pregava o evangelho.
Contra-Reforma
A Contra-reforma, liderada pela ordem dos jesuítas, reconquistou vários
territórios que tinham aderido à Reforma. Não obstante, a doutrina, o
culto e a piedade preconizados por Lutero se enraizaram na Alemanha, nos
países bálticos, nos países escandinavos e na Finlândia. Através
doutros reformadores, foram acolhidos na França, Inglaterra, Escócia e
Países ' Baixos. Em todos estes países, a Reforma ocasionou
extraordinário desenvolvimento cultural, notadamente na educação,
ciência, economia e política. Pela emigração, os "Luteranos" se
espalharam por todos os continentes. Contam, hoje, cerca de 70 milhões.
Frade, sacerdote, professor, doutor em Teologia, pregador considerado o
primeiro de seu tempo, escritor vigoroso e de grande riqueza
lexicografia, fixador da língua alemã, poeta e músico, Lutero abalou o
mundo de seus dias e sobre ele se tem pronunciado. ciado o juízo dos
séculos.
Pronunciamentos sobre Lutero
O historiador Schaff diz que "este foi o maior homem que a Alemanha
produziu e um dos maiores vultos da história". Goethe dá o seu
testemunho nestes termos: 'Dificilmente compreendemos o que devemos a
Lutero e à Reforma em geral. Ficamos livres dos grilhões da estreiteza
espiritual (... ) compreendemos o cristianismo em sua pureza". .Heinrich
-Heine, o poeta excelso, exclama: "Honra a Lutero, a quem devemos a
reconquista dos nossos direitos mais sagrados, e de cujos benefícios
vivemos hoje em dia. Através de Lutero adquirimos a liberdade religiosa.
Criou a palavra para o pensamento. Criou a língua alemã, através da
tradução da Bíblia": Dollinger, historiador católico liberal, diz:
"Lutero deu aos alemães o que nenhum outro jamais dera a seu povo: a
língua, a Bíblia, a hinologia..." É reconhecido c omo "pai da
alfabetização". Dirigiu-se aos pais através de profusas publicações,
encarecendo-lhe a escola e a educação dos filhos como necessidade
inadiável, para a pátria e a igreja verem melhores dias. Um escritor
moderno declarou: "A Lutero deve a Alemanha seu esplendido sistema
educacional - em suas origens e concepções. Porque ele foi o primeiro a
reclamar uma educação universal, uma educação do povo todo, sem
consideração de classe". Deixou à posteridade, em sua fecundidade
literária, dezenas de volumes contendo obras doutrinárias, apologéticas,
exegéticas, homiléticas, pastorais e pedagógicas. Funck-Brentano,
célebre historiador contemporâneo assim se expressa: "Qualquer que seja o
julgamento formulado em torno da doutrina religiosa de Martinho Lutero,
é preciso reconhecer nele uma das mais poderosas personalidades que o
mundo conheceu. Sua energia, seu valor, sua poderosa ação - que
decorriam em grande parte da intensidade de suas convicções - estão
acima de todo elogio. Calculou-se que seriam precisos a um homem dez
anos de vida para simples cópia das cartas, orações e inumeráveis
escritos do reformador, e Lutero não só redigiu suas obras, mas
pensou-as, deu-lhes estudo e reflexões, corrigiu-as, e isso entre
ocupações múltiplas, quase sempre absorventes e das mais diversas, suas
prédicas, sua atividade social e política, os cuidados e o tempo que
consagrou aos antigos e à família" (Martim Lutero, pág. 22, Ed Veccki).
Dezenas de testemunhos dessa natureza poder-se-ia acrescentar à sua
pessoa. Os exemplos citados, porém, exemplificam o veredito sobre sua
pesso e a obra deixada até os nossos dias atesta a sua grandiosidade.
ROSA DE LUTERO
Símbolos são figuras que expressam verdades e convicções. Uma Cruz, um
Coração, uma Rosa Messiânica, um Fundo Azul e um Anel Dourado formam o
BRASÃO DE LUTERO.
O coração se apega a Cristo, centro da fé e da vida cristã. A fé se
reflete em alegria, consolação, paz e esperança, aguardando a realização
das promessas de felicidade sem fim, que ainda serão cumpridas.
A ROSA DE LUTERO tornou-se um símbolo visual da REFORMA e do LUTERANISMO.
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