Neste dia a Igreja Presbiteriana do Jenipapo parabeniza a todos os pastores presbiterianos do Brasil pelo seu merecido dia. Deus seja louvado pela vida de Seus ministros servindo por todo o Brasil.
Somos Cristãos de Confissão Reformada, comprometidos com a Palavra de Deus, uma porta aberta para você e sua família. Nossos horários de reunião: Terça-feira às 19:30 Culto de Oração; Quinta-feira às 19:30 Culto de Doutrina e aos Domingos às 18:30hs Culto de Louvor e Adoração a Deus.
domingo, 17 de dezembro de 2017
sexta-feira, 1 de dezembro de 2017
DEZEMBRO CHEGOU!!!
E DEZEMBRO CHEGOU!!!! E veio rápido, na verdade o ano passou rápido.
O que nos lembra Dezembro? Fim de ano, festas, luzes, reunião de família?
Para o mundo é o mês do bom velhinho, para o povo de Deus é a celebração pela bendita vinda do Messias prometido. Troca de presentes no mundo, entre o povo de Deus a graça de ter recebido o melhor dos presentes: a salvação graciosa trazida pelo Rei da Glória.
Reflita sobre a importância dessa data como um momento singular na sua vida.
Não há tempo nem ocasião específica para presentear, pode-se fazê-la a qualquer momento.
Contudo, o Deus encarnado veio na pessoa de Cristo Jesus na plenitude dos tempos para cumprir com louvor a vontade do Pai. Natal não é presente, não são luzes piscantes, não é o velho Noel. Natal é Cristo nascendo em nós a cada dia, vivendo em nós, portanto: regozijemo-nos e exultemos Nele. CRISTO EM NÓS, A ESPERANÇA DA GLÓRIA.
Miss. Rildo Ribeiro.
O que nos lembra Dezembro? Fim de ano, festas, luzes, reunião de família?
Para o mundo é o mês do bom velhinho, para o povo de Deus é a celebração pela bendita vinda do Messias prometido. Troca de presentes no mundo, entre o povo de Deus a graça de ter recebido o melhor dos presentes: a salvação graciosa trazida pelo Rei da Glória.
Reflita sobre a importância dessa data como um momento singular na sua vida.
Não há tempo nem ocasião específica para presentear, pode-se fazê-la a qualquer momento.
Contudo, o Deus encarnado veio na pessoa de Cristo Jesus na plenitude dos tempos para cumprir com louvor a vontade do Pai. Natal não é presente, não são luzes piscantes, não é o velho Noel. Natal é Cristo nascendo em nós a cada dia, vivendo em nós, portanto: regozijemo-nos e exultemos Nele. CRISTO EM NÓS, A ESPERANÇA DA GLÓRIA.
Miss. Rildo Ribeiro.
terça-feira, 28 de novembro de 2017
80 ANOS DA IPB LAGARTO
Foi bênção louvar ao nosso Deus pelos 80 anos da Igreja Presbiteriana de Lagarto. A SAF/Jenipapo participou louvando ao Melhor Amigo, participações do Coral da Igreja 12 de Agosto/Aracaju e pregando a Palavra de Deus o Pr. Emanuel Menezes presidente do Presbitério Sul de Sergipe.
sexta-feira, 17 de novembro de 2017
DEPARTAMENTAL DA SAF
Hoje dia 15 tivemos mais uma Reunião Departamental da SAF. Parabéns às nossas queridas auxiliadoras, que com afinco trabalham na obra do SENHOR.
quarta-feira, 15 de novembro de 2017
AS LÁGRIMAS DE CUNHAÚ
Por: Frans Leonard Schalkwijk*
No ano 2000, os jornais noticiaram a
beatificação dos mártires de Cunhaú(1645), no Rio Grande do Norte, pelo
Papa João Paulo II. A matança ocorreu durante as primeiras semanas do
levante português contra a ocupação flamenga(1630-1654). Uma das
reportagens afirmou que essas horrendas barbaridades foram cometidas por
ordem do governo holandês no Recife e com a cooperação de um pastor
“calvinista”. Sem querer diminuir a monstruosidade do trágico
acontecimento, convém lembrar pelo menos três fatos do contexto
histórico daqueles dias de guerra que marcaram o começo do fim da
ocupação holandesa do Nordeste.
Em primeiro lugar,
observamos que não foi o governo holandês que ordenou a chacina, mas
ela foi uma vingança por parte dos indígenas em reação às notícias que
corriam sobre as crueldades dos portugueses, ajudados por uma tribo
selvagem da Bahia. Desde o início da revolta (13/6/1645), cada vez
ficava mais claro que, onde os portugueses restabeleciam seu domínio,
estava reservada aos índios em especial uma morte terrível.
Consequentemente os “brasilianos” (como os holandeses chamaram os índios
tupis) se refugiaram perto das fortificações holandesas, consideradas
inexpugnáveis. Outros decidiram evitar o desastre aparentemente
inevitável e pegaram em armas. Foi isto o que aconteceu em Cunhaú, no
Rio Grande do Norte.
Na terra potiguar, a população indígena
consistia em grande parte de índios antropófagos (tapuias), sob a
liderança do seu cacique Nhanduí. Para os holandeses, os tapuias
significavam um bando de aliados meio inconstantes, pois era um povo
muito independente, que não aceitava ordens de ninguém, mas decidia por
si o que era melhor para sua tribo. Muito amigo da tribo era um certo
Jacob Rabe, casado com uma índia; ele servia como elo entre os tapuias e
o governo holandês.
Entre os indígenas do extremo Nordeste,
havia em geral grande ódio contra os portugueses, sem dúvida pela
lembrança de acontecimentos anteriores à chegada dos holandeses, que
eram considerados os libertadores da opressão lusa. Várias vezes esses
índios quiseram se aproveitar da situação dos lusos como vencidos, para
vingar-se deles. Assim, em 1637, depois de Maurício de Nassau conquistar
o Ceará, os índios procuraram matar todos os portugueses da região, que
então foram protegidos mediante as armas pelos holandeses. A mesma
coisa aconteceu no Rio Grande em 1645. Os tapuias sentiram que, com o
início da revolta, havia chegado a hora da verdade: eram eles ou os
portugueses. E, no dia 15 de julho, começaram por Cunhaú, massacrando as
pessoas que estavam na capela e, posteriormente, numa luta armada, o
restante.
Em segundo lugar,
de fato o nome de um pastor protestante está ligado a esse episódio.
Porém, de modo exatamente contrário àquele que se supõe, porquanto não
foi ele quem orientou a chacina, mas foi enviado pelo governo para
refrear a selvageria dos bugres. Quando, no dia 25 de julho, o governo
holandês no Recife soube dos terríveis acontecimentos no Rio Grande do
Norte, despachou o Rev. Jodocus à Stetten, pastor da Igreja Cristã
Reformada e capelão do exército, junto com o capitão Willem Lamberts e
sua tropa armada, “para refrear os tapuias e trazê-los para (o Recife) a
fim de poupar o país e os moradores (portugueses)”. Os índios, porém,
ficaram enfurecidos com os holandeses, não entendendo como estes podiam
defender seus inimigos mortais, e até romperam a frágil aliança com os
batavos. Antes de regressar para o sertão do Rio Grande, fizeram ainda
outra incursão vingadora contra os portugueses, desta vez na Paraíba.
Em terceiro lugar,
notamos o fim dos tapuias e de Jacob Rabe. Alguns meses depois da
matança em Cunhaú, esse funcionário da Companhia das Índias Ocidentais,
que havia recebido o mensageiro governamental, pastor Jodocus, a mão
armada, foi morto por ordem do próprio governador da capitania do Rio
Grande do Norte, Joris Garstman. O capitão Joris era casado com uma
senhora portuguesa que tinha perdido muitos parentes em Cunhaú. Quanto
aos tapuias, depois da expulsão dos holandeses e da restauração do
domínio português, os que não quiseram submeter-se à orientação
político-religiosa de Lisboa foram massacrados, como diz o Dr. Tarcísio
Medeiros, na “mais sangrenta guerra de exterminação que existiu por este
Brasil”. Puro genocídio.
Esses três fatos complementares não
diminuem em nada o sofrimento de Cunhaú, dessas vidas inocentes
esmagadas entre os rolos compressores do moinho da luta armada. Porém,
talvez possam eliminar um pouco do veneno da história, por nos
permitirem entender melhor o contexto daqueles dias cheios de angústia
para ambos os lados. Escrever história objetivamente é muito difícil,
ainda mais quando se trata de um caso controvertido como este, com
muitos pormenores desconhecidos. Porém, afirmar, como foi feito por
certos porta-vozes, que as barbaridades de Cunhaú foram perpetradas a
mando do próprio governo holandês, e ainda por cima orientadas por um
pastor evangélico, simplesmente não corresponde à verdade. Convém
distinguir os fatos da interpretação dos fatos. Isso não atenua, antes
aumenta a nossa ansiosa expectativa do dia em que o Senhor enxugará
todas as lágrimas, inclusive as de Cunhaú (Ap 7.17).
*O
autor é ministro da Igreja Reformada da Holanda e ex-missionário no
Brasil. É um estudioso da presença holandesa no nordeste brasileiro,
tendo escrito o livro Igreja e Estado no Brasil Holandês.O presente
texto foi publicado originalmente na revista Ultimato (maio-junho 2000).
FIDES REFORMATA XV, Nº 2 (2010): 109-111
POEMA DA REFORMA PROTESTANTE
Poema da Reforma Protestante
Eis um período nebuloso, de apostasia e densas trevas,
Assim foi o século dezesseis com o monopólio da religião,
Quando o clero dominante impunham suas próprias regras,
Suplantavam as Escrituras enganando a multidão.
Ávidos, sedentos pelo poder fizeram aliança política,
Juncados no mesmo desejo numa manifestação carnal,
A Igreja de Roma se envaideceu numa eclesiologia lúbrica,
Com a anuência do Estado num projeto colossal.
Mas, em trinta e um de Outubro de mil quinhentos e dezessete,
Eis que surge um atalaia em Nome do Senhor dos Exércitos,
Conhecido como Martinho Lutero; mas soou como voz celeste.
Desafiando os ouvintes à mensagem bíblica, e não aos clérigos.
Ele pagou um alto preço por sustentar suas teses e convicções, E na Igreja de Wittenberg deu-se início à Reforma Protestante,
Não foi sem vilipêndios e hostis ataques em que pregou seus sermões,
Pois sua árdua missão pode ser comparado a Davi e ao gigante.
Lutero não foi o único a desbravar ardil império,
Outrora, John Huss e Wycliffe aludiram a essência do Evangelho,
Prenunciando urgente reforma, mesmo diante de tal vitupério,
Foram obedientes e fiéis à voz do Maravilhoso Conselheiro.
Outros foram os atalaias com afinco na Missão ulterior,
Calvino na Suíça, John Knox na Escócia, todos a serviço do General,
Sistematizando a doutrina e liturgia do culto, para glória de Nosso Senhor,
Com erudição e saber do Espírito Santo, se abstendo de toda forma do mal.
Em tal proeza surgiu, o presbiterianismo em seus primórdios,
Radicados somente na graça de Deus, revelado nas Escrituras,
Mediante a fé em Cristo, isento de ensinamentos espúrios.
Para a glória de Deus, e o bem de gerações futuras.
Esse evento histórico completa seus quinhentos anos,
Como divisor d’águas, no contexto do cristianismo;
Foi além de um manifesto, foi genuíno e cristão de austeros ânimos,
Fiel à Palavra e distinto no ensino, sem dar margem ao ecumenismo.
É preciso resgatar com perspicácia, a mensagem de avivamento,
Pois muitos são os que comemoram essa data tão esplêndida,
Como se fossem apologetas da verdade, e de tal portento.
Faz mister destilar o joio do trigo dessa era repentina.
Vamos todos sem tardança, abraçar a Causa Nobre,
O pendão do Evangelho proclamar em sua essência,
Expedir um Manifesto à luz das Escrituras, tanto a ricos quanto a pobres,
Pois o Dia se aproxima! Ai daquelas igrejas ou de crentes em sua indiferença.
- Rev. Sidnei dos Santos
Eis um período nebuloso, de apostasia e densas trevas,
Assim foi o século dezesseis com o monopólio da religião,
Quando o clero dominante impunham suas próprias regras,
Suplantavam as Escrituras enganando a multidão.
Ávidos, sedentos pelo poder fizeram aliança política,
Juncados no mesmo desejo numa manifestação carnal,
A Igreja de Roma se envaideceu numa eclesiologia lúbrica,
Com a anuência do Estado num projeto colossal.
Mas, em trinta e um de Outubro de mil quinhentos e dezessete,
Eis que surge um atalaia em Nome do Senhor dos Exércitos,
Conhecido como Martinho Lutero; mas soou como voz celeste.
Desafiando os ouvintes à mensagem bíblica, e não aos clérigos.
Ele pagou um alto preço por sustentar suas teses e convicções, E na Igreja de Wittenberg deu-se início à Reforma Protestante,
Não foi sem vilipêndios e hostis ataques em que pregou seus sermões,
Pois sua árdua missão pode ser comparado a Davi e ao gigante.
Lutero não foi o único a desbravar ardil império,
Outrora, John Huss e Wycliffe aludiram a essência do Evangelho,
Prenunciando urgente reforma, mesmo diante de tal vitupério,
Foram obedientes e fiéis à voz do Maravilhoso Conselheiro.
Outros foram os atalaias com afinco na Missão ulterior,
Calvino na Suíça, John Knox na Escócia, todos a serviço do General,
Sistematizando a doutrina e liturgia do culto, para glória de Nosso Senhor,
Com erudição e saber do Espírito Santo, se abstendo de toda forma do mal.
Em tal proeza surgiu, o presbiterianismo em seus primórdios,
Radicados somente na graça de Deus, revelado nas Escrituras,
Mediante a fé em Cristo, isento de ensinamentos espúrios.
Para a glória de Deus, e o bem de gerações futuras.
Esse evento histórico completa seus quinhentos anos,
Como divisor d’águas, no contexto do cristianismo;
Foi além de um manifesto, foi genuíno e cristão de austeros ânimos,
Fiel à Palavra e distinto no ensino, sem dar margem ao ecumenismo.
É preciso resgatar com perspicácia, a mensagem de avivamento,
Pois muitos são os que comemoram essa data tão esplêndida,
Como se fossem apologetas da verdade, e de tal portento.
Faz mister destilar o joio do trigo dessa era repentina.
Vamos todos sem tardança, abraçar a Causa Nobre,
O pendão do Evangelho proclamar em sua essência,
Expedir um Manifesto à luz das Escrituras, tanto a ricos quanto a pobres,
Pois o Dia se aproxima! Ai daquelas igrejas ou de crentes em sua indiferença.
- Rev. Sidnei dos Santos
terça-feira, 7 de novembro de 2017
UM FILME HISTÓRICO PARA O POVO DE DEUS
Hoje às 19:00hs na Igreja Presbiteriana do Jenipapo, passaremos o filme sobre a Reforma Protestante do séc. XVI. Venha aprender sobre o movimento que mudou os rumos da Igreja.
terça-feira, 31 de outubro de 2017
FELIZ DIA DA REFORMA!
Estou vendo alguns posts sobre o Dia da Reforma e decidi tomar um tempinho para escrever alguns de meus pensamentos.
Todos nós sabemos que a escolha da data de 31 de Outubro de 1517 é (como a maioria das datas na história) arbitrária. É claro, você pode identificar 7 de Dezembro de 1941 com o Pearl Harbor porque foi um evento específico, mas (ainda assim) muitas coisas contribuíram para que ele acontecesse naquele dia. A data que escolhemos para o início da Reforma é ainda mais subjetiva. Isso porque era necessário muitos e muitos fatores para que a Reforma pudesse acontecer, e esses fatores tiveram raízes nos séculos que precederam as ações de Lutero.
Duvido, ainda mais, que Lutero colocaria algum peso sobre essa data em específico. Bem, é claro que ele veria alguma relevância sobre o desafio que havia lançado, mas não mais do que em qualquer um dos outros eventos de sua vida. Ele não tinha intenção alguma de criar uma rebelião contra Roma por suas ações, ele estava apenas fazendo o que a maioria dos professores na Europa faziam naqueles dias: convidando uma escola rival a uma versão escolástica de um jogo moderno de futebol. Em sua mente ele estava seguindo os passos de outros homens piedosos da igreja, e, nesse exato momento, ele ainda não havia reconhecido as questões epistemológicas básicas que ele haveria de ser forçado a encarar em apenas uma questão de anos.
Mas é certo sim marcar o início da Reforma (ainda que façamos isso de forma arbitrária). Poderíamos ter voltado até Wycliffe, ou ter escolhido 6 de Julho de 1415 e a morte de João Huss (pois sua morte teve muita importância). Poderíamos ter ido até a divisão entre Zuínglio e Roma ou a Dieta de Worms e o “Aqui permaneço, não posso fazer outra coisa”. Em todo caso, parece adequado marcar o evento (ao menos para uma pequena minoria).
Para a maior parte do Romanismo e Protestantismo, a Reforma é um evento histórico sem qualquer significado duradouro. Para muitos, na verdade é um trágico evento, um erro, digno de arrependimento de seus adeptos e de repúdio pelos outros. Mas para a maioria é apenas uma nota de rodapé na história e, dada sua teologia e prática, não possui significado duradouro. Entre esses estão os católicos nominais que provam, por suas vidas, que eles realmente não acreditam na maioria das coisas que Roma ensinou. Mas também estão aqueles que são protestantes por conveniência e não por convicção. Para eles a Reforma claramente não apresenta qualquer razão para se celebrar ou refletir nos dias de hoje. Se alguém não aprecia a liberdade que a justificação garante, não se alegra com a imputação da justiça de Cristo (saiba que muitos dos grandes nomes de hoje da “cristandade não-católica” riem disso) e não abraça e confessa o Sola Scriptura, esse alguém não tem razão alguma para refletir sobre o Dia da Reforma (seria melhor ir comprar doces e se juntar às festividades pagãs).
Mas para aqueles que ainda abraçam aos Solas não por uma fidelidade partidária ao que é “legal”, mas por um reconhecimento do eterno valor que essas verdades representam, o Dia da Reforma é um lembrete anual do que realmente importa nesses dias de “verdades” borradas e transitórias. Então, para aqueles que entendem isso, um feliz Dia da Reforma!
***
Autor: James R. White
Fonte: Página do autor no Facebook
Todos nós sabemos que a escolha da data de 31 de Outubro de 1517 é (como a maioria das datas na história) arbitrária. É claro, você pode identificar 7 de Dezembro de 1941 com o Pearl Harbor porque foi um evento específico, mas (ainda assim) muitas coisas contribuíram para que ele acontecesse naquele dia. A data que escolhemos para o início da Reforma é ainda mais subjetiva. Isso porque era necessário muitos e muitos fatores para que a Reforma pudesse acontecer, e esses fatores tiveram raízes nos séculos que precederam as ações de Lutero.
Duvido, ainda mais, que Lutero colocaria algum peso sobre essa data em específico. Bem, é claro que ele veria alguma relevância sobre o desafio que havia lançado, mas não mais do que em qualquer um dos outros eventos de sua vida. Ele não tinha intenção alguma de criar uma rebelião contra Roma por suas ações, ele estava apenas fazendo o que a maioria dos professores na Europa faziam naqueles dias: convidando uma escola rival a uma versão escolástica de um jogo moderno de futebol. Em sua mente ele estava seguindo os passos de outros homens piedosos da igreja, e, nesse exato momento, ele ainda não havia reconhecido as questões epistemológicas básicas que ele haveria de ser forçado a encarar em apenas uma questão de anos.
Mas é certo sim marcar o início da Reforma (ainda que façamos isso de forma arbitrária). Poderíamos ter voltado até Wycliffe, ou ter escolhido 6 de Julho de 1415 e a morte de João Huss (pois sua morte teve muita importância). Poderíamos ter ido até a divisão entre Zuínglio e Roma ou a Dieta de Worms e o “Aqui permaneço, não posso fazer outra coisa”. Em todo caso, parece adequado marcar o evento (ao menos para uma pequena minoria).
Para a maior parte do Romanismo e Protestantismo, a Reforma é um evento histórico sem qualquer significado duradouro. Para muitos, na verdade é um trágico evento, um erro, digno de arrependimento de seus adeptos e de repúdio pelos outros. Mas para a maioria é apenas uma nota de rodapé na história e, dada sua teologia e prática, não possui significado duradouro. Entre esses estão os católicos nominais que provam, por suas vidas, que eles realmente não acreditam na maioria das coisas que Roma ensinou. Mas também estão aqueles que são protestantes por conveniência e não por convicção. Para eles a Reforma claramente não apresenta qualquer razão para se celebrar ou refletir nos dias de hoje. Se alguém não aprecia a liberdade que a justificação garante, não se alegra com a imputação da justiça de Cristo (saiba que muitos dos grandes nomes de hoje da “cristandade não-católica” riem disso) e não abraça e confessa o Sola Scriptura, esse alguém não tem razão alguma para refletir sobre o Dia da Reforma (seria melhor ir comprar doces e se juntar às festividades pagãs).
Mas para aqueles que ainda abraçam aos Solas não por uma fidelidade partidária ao que é “legal”, mas por um reconhecimento do eterno valor que essas verdades representam, o Dia da Reforma é um lembrete anual do que realmente importa nesses dias de “verdades” borradas e transitórias. Então, para aqueles que entendem isso, um feliz Dia da Reforma!
***
Autor: James R. White
Fonte: Página do autor no Facebook
Tradução e adaptação: Erving Ximendes
Via: Olhai e Vivei
quinta-feira, 26 de outubro de 2017
SEGUNDO DIA DO ANIVERSÁRIO DA IGREJA
Com a graça de Deus, nossa Igreja celebrou seus 33 anos de história no Povoado Jenipapo. Em tudo O SENHOR foi glorificado. Temos muitos desafios pela frente, sabemos disto, e contamos com a segura orientação divina para posseguirmos, sabendo que Aquele que começou a boa obra em nós, é fiel para completá-la. Pregou a Palavra o Seminarista do SETEBASE James Luna. Deus nos falou por meio do Seu servo. Contamos com as orações de todos para continuar.
sábado, 21 de outubro de 2017
33º ANIVERSÁRIO DA CONGREGAÇÃO PRESBITERIANA DO JENIPAPO (1º DIA)
sexta-feira, 20 de outubro de 2017
PORQUE MEMBRESIA É IMPORTANTE
“Por que se preocupar com a membresia da igreja?”
Já me fizeram essa pergunta antes. Às vezes, ela é feita com uma genuína curiosidade: “Explique-me o que ser membro significa”. Outras vezes, ela é feita com um quê de suspeita: “então, diga-me, mais uma vez, porque eu devo me tornar um membro” – como se fazer parte da igreja colocasse a pessoa automaticamente na lista de dízimos por débito automático.
Para muitos cristãos, membresia soa como algo rígido, algo que você tem em um banco ou em um clube de campo, mas que é formal demais para a igreja. Mesmo quando se aceita que o Cristianismo não é uma religião solitária e que nós precisamos de uma comunidade e de comunhão com outros cristãos, nós, ainda assim, receamos nos tornar oficialmente parte de uma igreja. Para que isso? Por que encaixotar o Espírito Santo em categorias de membro/não membro? Por que se dar ao trabalho de pertencer a uma igreja local quando eu já sou membro da Igreja universal?
Alguns cristãos – por causa da tradição da igreja ou da bagagem que possuem – podem não ser convencidos sobre a membresia, não importa quantas vezes a palavra “membro” apareça no Novo Testamento. Mas muitos outros estão abertos a ouvir sobre algo que eles não conhecem direito.
Aqui vão algumas razões pela qual a membresia importa.
1. Ao fazer parte de uma igreja, você demonstra visivelmente seu compromisso com Cristo e com seu povo
Membresia é uma das formas de se levantar a bandeira da fé. Você assume perante Deus e os outros que você é parte desse corpo local de crentes. É fácil falar em termos quentinhos sobre a igreja invisível – o corpo de crentes que estão perto ou longe, vivos ou mortos –, mas é na igreja visível que Deus espera que você viva a sua fé.
Às vezes eu acho que nós não ficaríamos clamando por viver em comunidade se já tivéssemos realmente experimentado passar por isso. A verdadeira comunhão é algo difícil, pois temos de lidar com pessoas muito parecidas conosco: egoístas, mesquinhas e orgulhosas. Mas é para esse corpo que Deus nos chama.
Quantas cartas Paulo escreveu para apenas uma pessoa? Apenas um punhado, as quais, em sua maioria, foram voltadas para pastores. A maior parte de suas epístolas foram escritas a um corpo local de crentes. Nós vemos a mesma coisa em Apocalipse. Jesus falou com congregações individuais, como a de Esmirna, Sardes e Laodicéia. No Novo Testamento, não há cristãos flutuando na terra do “só eu e Jesus”. Crentes pertencem a igrejas.
2. Fazer um compromisso é uma declaração poderosa, em uma cultura de poucos compromissos
Muitas ligas de boliche exigem mais de seus membros do que a igreja. Onde isso é algo real, então a igreja é um triste reflexo da sua cultura. A nossa cultura consumista faz com que tudo seja feito com o fim de atender as nossas preferências. Quando essas necessidades não são atendidas, nós sempre podemos experimentar um outro produto, trabalho ou esposa.
Juntar-se a uma igreja, nesse tipo de ambiente, é uma afirmação contracultural. É dizer: “estou comprometido com esse grupo de pessoas e eles estão comprometidos comigo. Estou aqui mais para dar do que para receber”.
Mesmo que você vá ficar na cidade por apenas alguns anos, não é uma má ideia participar de uma igreja. Isso faz com que a sua igreja de origem (se você está estudando longe de casa, por exemplo) saiba que você está sendo cuidado e faz com que a sua igreja atual saiba que você quer ser cuidado por ela.
Mas a questão não é apenas sobre ser cuidado, é sobre fazer uma decisão e ser fiel a ela – algo que a minha geração, com a sua variedade de opções, acha difícil. Nós preferimos namorar a igreja – tê-la por perto em eventos especiais, chamá-la para sair quando nos sentimos sozinhos ou mantê-la por perto em dias chuvosos. A membresia é a única forma de parar de namorar igrejas e se casar com uma.
3. Nós podemos ser excessivamente independentes
No ocidente, isso é uma das melhores e piores coisas sobre nós. Nós somos livres e pensadores críticos. Nós temos uma ideia, e corremos em direção a ela. Mas quem está correndo conosco? E será que estamos todos correndo na mesma direção? A membresia afirma formalmente: “eu sou parte de algo maior do que eu. Eu não sou apenas um dentre três mil indivíduos. Eu sou parte de um corpo”.
4. A membresia nos coloca sob supervisão
Quando participamos de uma igreja, estamos nos oferecendo uns aos outros para sermos encorajados, repreendidos, corrigidos e servidos. Estamos nos colocando sob líderes e nos submetendo a sua autoridade (Hebreus 13.7). Estamos dizendo: “Estou aqui para ficar. Eu quero ajudá-lo a crescer em santidade. Você me ajuda a fazer o mesmo?”.
Mark Dever, no livro Nove Marcas de uma Igreja Saudável (Editora Fiel, páginas 12 e 13), escreve:
5. Juntar-se à igreja ajudará seu pastor e os seus presbíteros a serem pastores fiéis
Hebreus 13.7 diz: “Obedecei aos vossos guias e sede submissos para com eles”. Essa é a sua parte como “leigo”. E essa é a nossa parte como líderes: “pois velam por vossa alma, como quem deve prestar contas”. Como pastor, eu levo muito a sério minha responsabilidade perante Deus de cuidar das almas. Em quase todas as reuniões de presbíteros o Manual de Instruções das Igrejas Reformadas da América –RCA Book of Church Order – nos orienta a “procurar descobrir se qualquer membro da congregação está em necessidade de cuidados especiais em relação a sua condição espiritual e/ou não tem feito o uso adequado dos meios de graça”. Isso já é algo bem difícil de se fazer em uma igreja como a nossa, onde há uma constante rotatividade. Mas é ainda mais difícil quando nós não sabemos quem realmente é parte desse rebanho.
6. Juntar-se à igreja lhe dá a oportunidade de fazer promessas
Quando alguém se torna membro da University Reformed Church, a igreja que eu pastoreio, ele promete orar, ofertar, servir, comparecer aos cultos, aceitar a liderança espiritual da igreja, obedecer aos ensinamentos e procurar as coisas que trazem unidade, pureza e paz. Nós não devemos fazer essas promessas de qualquer jeito. Elas são votos solenes. E nós devemos ajudar uns aos outros a nos mantermos fiéis a elas. Se você não faz parte de uma igreja, você perde a oportunidade de fazer essas promessas publicamente, convidando os presbíteros e o resto do corpo a ajudarem você a se manter firme nessas promessas. Isso fará com que você, seus líderes e toda a igreja percam grande benefícios espirituais.
Membresia é mais importante do que muita gente pensa. Se você realmente quer ser um revolucionário contracultural, aliste-se em uma classe de membresia, encontre-se com seus presbíteros e junte-se a uma igreja local.
***
Autor: Rev. Kevin DeYoung
Fonte: The Gospel Coalition
Já me fizeram essa pergunta antes. Às vezes, ela é feita com uma genuína curiosidade: “Explique-me o que ser membro significa”. Outras vezes, ela é feita com um quê de suspeita: “então, diga-me, mais uma vez, porque eu devo me tornar um membro” – como se fazer parte da igreja colocasse a pessoa automaticamente na lista de dízimos por débito automático.
Para muitos cristãos, membresia soa como algo rígido, algo que você tem em um banco ou em um clube de campo, mas que é formal demais para a igreja. Mesmo quando se aceita que o Cristianismo não é uma religião solitária e que nós precisamos de uma comunidade e de comunhão com outros cristãos, nós, ainda assim, receamos nos tornar oficialmente parte de uma igreja. Para que isso? Por que encaixotar o Espírito Santo em categorias de membro/não membro? Por que se dar ao trabalho de pertencer a uma igreja local quando eu já sou membro da Igreja universal?
Alguns cristãos – por causa da tradição da igreja ou da bagagem que possuem – podem não ser convencidos sobre a membresia, não importa quantas vezes a palavra “membro” apareça no Novo Testamento. Mas muitos outros estão abertos a ouvir sobre algo que eles não conhecem direito.
Aqui vão algumas razões pela qual a membresia importa.
1. Ao fazer parte de uma igreja, você demonstra visivelmente seu compromisso com Cristo e com seu povo
Membresia é uma das formas de se levantar a bandeira da fé. Você assume perante Deus e os outros que você é parte desse corpo local de crentes. É fácil falar em termos quentinhos sobre a igreja invisível – o corpo de crentes que estão perto ou longe, vivos ou mortos –, mas é na igreja visível que Deus espera que você viva a sua fé.
Às vezes eu acho que nós não ficaríamos clamando por viver em comunidade se já tivéssemos realmente experimentado passar por isso. A verdadeira comunhão é algo difícil, pois temos de lidar com pessoas muito parecidas conosco: egoístas, mesquinhas e orgulhosas. Mas é para esse corpo que Deus nos chama.
Quantas cartas Paulo escreveu para apenas uma pessoa? Apenas um punhado, as quais, em sua maioria, foram voltadas para pastores. A maior parte de suas epístolas foram escritas a um corpo local de crentes. Nós vemos a mesma coisa em Apocalipse. Jesus falou com congregações individuais, como a de Esmirna, Sardes e Laodicéia. No Novo Testamento, não há cristãos flutuando na terra do “só eu e Jesus”. Crentes pertencem a igrejas.
2. Fazer um compromisso é uma declaração poderosa, em uma cultura de poucos compromissos
Muitas ligas de boliche exigem mais de seus membros do que a igreja. Onde isso é algo real, então a igreja é um triste reflexo da sua cultura. A nossa cultura consumista faz com que tudo seja feito com o fim de atender as nossas preferências. Quando essas necessidades não são atendidas, nós sempre podemos experimentar um outro produto, trabalho ou esposa.
Juntar-se a uma igreja, nesse tipo de ambiente, é uma afirmação contracultural. É dizer: “estou comprometido com esse grupo de pessoas e eles estão comprometidos comigo. Estou aqui mais para dar do que para receber”.
Mesmo que você vá ficar na cidade por apenas alguns anos, não é uma má ideia participar de uma igreja. Isso faz com que a sua igreja de origem (se você está estudando longe de casa, por exemplo) saiba que você está sendo cuidado e faz com que a sua igreja atual saiba que você quer ser cuidado por ela.
Mas a questão não é apenas sobre ser cuidado, é sobre fazer uma decisão e ser fiel a ela – algo que a minha geração, com a sua variedade de opções, acha difícil. Nós preferimos namorar a igreja – tê-la por perto em eventos especiais, chamá-la para sair quando nos sentimos sozinhos ou mantê-la por perto em dias chuvosos. A membresia é a única forma de parar de namorar igrejas e se casar com uma.
3. Nós podemos ser excessivamente independentes
No ocidente, isso é uma das melhores e piores coisas sobre nós. Nós somos livres e pensadores críticos. Nós temos uma ideia, e corremos em direção a ela. Mas quem está correndo conosco? E será que estamos todos correndo na mesma direção? A membresia afirma formalmente: “eu sou parte de algo maior do que eu. Eu não sou apenas um dentre três mil indivíduos. Eu sou parte de um corpo”.
4. A membresia nos coloca sob supervisão
Quando participamos de uma igreja, estamos nos oferecendo uns aos outros para sermos encorajados, repreendidos, corrigidos e servidos. Estamos nos colocando sob líderes e nos submetendo a sua autoridade (Hebreus 13.7). Estamos dizendo: “Estou aqui para ficar. Eu quero ajudá-lo a crescer em santidade. Você me ajuda a fazer o mesmo?”.
Mark Dever, no livro Nove Marcas de uma Igreja Saudável (Editora Fiel, páginas 12 e 13), escreve:
Identificando-nos com uma igreja particular, permitimos que os pastores e demais membros daquela igreja local saibam que nós pretendemos manter um compromisso na frequência, na oferta, na oração e no serviço. Nós ampliamos as expectativas de outros em relação a nós mesmos nessas áreas, e tornamos claro que estamos sob a responsabilidade desta igreja local. Nós asseguramos a igreja quanto ao nosso compromisso com Cristo ao servir com eles, e pedimos o compromisso deles quanto a nos servir em amor e nos encorajar em nosso discipulado.
5. Juntar-se à igreja ajudará seu pastor e os seus presbíteros a serem pastores fiéis
Hebreus 13.7 diz: “Obedecei aos vossos guias e sede submissos para com eles”. Essa é a sua parte como “leigo”. E essa é a nossa parte como líderes: “pois velam por vossa alma, como quem deve prestar contas”. Como pastor, eu levo muito a sério minha responsabilidade perante Deus de cuidar das almas. Em quase todas as reuniões de presbíteros o Manual de Instruções das Igrejas Reformadas da América –RCA Book of Church Order – nos orienta a “procurar descobrir se qualquer membro da congregação está em necessidade de cuidados especiais em relação a sua condição espiritual e/ou não tem feito o uso adequado dos meios de graça”. Isso já é algo bem difícil de se fazer em uma igreja como a nossa, onde há uma constante rotatividade. Mas é ainda mais difícil quando nós não sabemos quem realmente é parte desse rebanho.
6. Juntar-se à igreja lhe dá a oportunidade de fazer promessas
Quando alguém se torna membro da University Reformed Church, a igreja que eu pastoreio, ele promete orar, ofertar, servir, comparecer aos cultos, aceitar a liderança espiritual da igreja, obedecer aos ensinamentos e procurar as coisas que trazem unidade, pureza e paz. Nós não devemos fazer essas promessas de qualquer jeito. Elas são votos solenes. E nós devemos ajudar uns aos outros a nos mantermos fiéis a elas. Se você não faz parte de uma igreja, você perde a oportunidade de fazer essas promessas publicamente, convidando os presbíteros e o resto do corpo a ajudarem você a se manter firme nessas promessas. Isso fará com que você, seus líderes e toda a igreja percam grande benefícios espirituais.
Membresia é mais importante do que muita gente pensa. Se você realmente quer ser um revolucionário contracultural, aliste-se em uma classe de membresia, encontre-se com seus presbíteros e junte-se a uma igreja local.
***
Autor: Rev. Kevin DeYoung
Fonte: The Gospel Coalition
Tradução: Victor Bimbato
Via: Reforma 21
MARTINHO LUTERO: LIÇÕES A PARTIR DE SUA VIDA E LABORES (PARTE II)
Por que os pastores devem ouvir Lutero?
Então, Lutero foi um professor universitário de teologia por
toda a sua vida profissional. Isso faz com que levantemos a questão de saber se
ele realmente pode servir como qualquer tipo de modelo para pastores, ou mesmo
entender o que os pastores enfrentam em nosso tipo de ministério. Mas isso
seria um erro. Pelo menos três coisas unem Lutero ao nosso chamado.
- Ele foi mais um pregador do que qualquer um de nós é pastor.
Lutero conhecia o peso e a pressão da pregação semanal.
Havia duas igrejas em Wittenberg, a igreja da cidade e a igreja do castelo.
Lutero era um pregador regular na igreja da cidade. Ele disse: “Se eu pudesse
me tornar rei ou imperador hoje, não desistiria do meu ofício como pregador”
(39). Ele era movido por uma paixão pela exaltação de Deus na Palavra. Em uma
de suas orações ele diz: “Querido Senhor Deus, desejo pregar para que tu sejas
glorificado. Quero falar sobre ti, louvar-te e exaltar o teu nome. Embora eu
provavelmente não consiga fazê-lo bem, tu não podes fazeres com que isso seja
bem feito?” (Meuser, 51).
Para sentir a força desse comprometimento, você deve
perceber que na igreja de Wittenberg naqueles dias não havia programas, mas
apenas adoração e pregação. Domingo, às 5:00 da manhã havia adoração com um
sermão baseado em uma epístola; às 10:00 da manhã um sermão com base em um
evangelho; à tarde, uma mensagem no Antigo Testamento ou catecismo. Os sermões
de segunda e terça-feira eram baseados no catecismo; às quartas-feiras em
Mateus; às quintas e sextas-feiras nas cartas apostólicas; e sábado em João
(Meuser, 37-38).
Lutero não era o pastor da igreja da cidade. Seu amigo,
Johannes Bugenhagen, foi o pastor de 1520 a 1558. Mas Lutero compartilhava a
pregação praticamente todas as semanas em que ele estava na cidade. Ele pregava
porque os habitantes da cidade queriam ouvi-lo e porque ele e seus
contemporâneos entendiam o seu doutorado em teologia como um chamado para
ensinar a Palavra de Deus a toda a igreja. Então, Lutero sempre pregava duas
vezes no domingo e uma vez durante a semana. Walther von Loewenich disse em sua
biografia: “Lutero foi um dos maiores pregadores da história da cristandade…
Entre 1510 e 1546, Lutero pregou cerca de 3.000 sermões. Frequentemente ele
pregava várias vezes por semana, muitas vezes duas ou mais vezes por dia”
(353).
Por exemplo, em 1522 ele pregou 117 sermões em Wittenberg e
137 sermões no ano seguinte. Em 1528, ele pregou quase 200 vezes e, a partir de
1529, temos 121 sermões. Assim, a média desses quatro anos foi um sermão a cada
dois dias e meio. Como Fred Meuser diz em seu livro sobre a pregação de Lutero:
“Nunca ficou um fim de semana sem pregar — ele sabe tudo sobre isso. Nem mesmo
deixou de pregar em um dia de semana. Nunca houve alguma pausa na pregação,
ensino, estudo privado, produção, escrita e aconselhamento” (27). Esse é o
primeiro vínculo com os nossos pastores. Ele conhece o fardo da pregação.
- Como a maioria dos pastores, Lutero era um homem de família, pelo menos desde os 41 anos até a morte, aos 62 anos.
Lutero conheceu a pressão e o sofrimento de ter, criar e
perder filhos. Katie deu-lhe seis filhos em rápida sucessão: João (1526),
Elisabete (1527), Madalena (1529), Martinho (1531), Paulo (1533) e Margarete
(1534). Faça uma pequena análise sobre isso. O ano entre Elizabete e Madalena
foi o ano em que ele pregou 200 vezes (mais de uma vez a cada dois dias).
Acrescente a isso que Elizabete morreu naquele ano aos oito meses de idade, e
ele prosseguiu sob essa dor.
E para que não pensemos que Lutero negligenciava os filhos,
considere que nas tardes de domingo, muitas vezes após pregar duas vezes,
Lutero liderava as devoções domésticas, que eram praticamente outro culto de
adoração durante uma hora, incluindo convidados e os filhos (Meuser, 38).
Então, Lutero conhecia as pressões de ser um homem de família público e
atarefado.
- Lutero era um homem da igreja, não um erudito teológico.
Ele não apenas era parte de quase todas as controvérsias e
conferências de seu dia, mas geralmente também era o líder. Houve a Disputa de
Heidelberg (1518), o encontro com o Cardeal Cajetan em Augsburg (1518), a
Disputa de Leipzig, com John Eck e Andrew Karlstadt (1519), e a Dieta de
Augsburg, embora ele não estivesse lá pessoalmente (1513).
Além do envolvimento pessoal e ativo nas conferências da
igreja, havia o incrível fluxo de publicações que estão relacionadas à
orientação da igreja. Por exemplo, em 1520, ele escreveu 133 obras; em 1522,
130; em 1523, 183 (uma a cada dois dias!), e muitas 1524 (Meuser). Ele era uma
espécie de para-raios de todas as críticas contra a Reforma. “Todos se voltam
para ele, cercando a sua porta a cada hora, cidadãos, médicos e príncipes.
Enigmas diplomáticos deveriam ser resolvidos, pontos teológicos complicados
deveriam ser esclarecidos, a ética da vida social precisava ser estabelecida”
(Martyn, 473).
Com a ruptura do sistema medieval da vida da igreja, um novo
modo de pensar sobre a igreja e a vida cristã precisava ser desenvolvido. E na
Alemanha, a tarefa coube, em grande medida, a Martinho Lutero. É surpreendente
como ele se dedicou aos assuntos terrenos da vida paroquial. Por exemplo,
quando foi decidido que “visitantes” do estado e da universidade seriam
enviados para cada paróquia para avaliar a condição da igreja e fazer sugestões
para a vida da igreja, Lutero aceitou escrever as diretrizes: “Instruções para
visitantes de pastores paroquiais no Eleitorado da Saxônia”. Ele abordou uma
ampla gama de questões práticas. Quanto à educação das crianças, ele chegou a
determinar como as classes infantis deveriam ser divididas em três grupos:
pré-leitores, leitores e leitores avançados. Então ele fez sugestões sobre como
ensiná-los.
As crianças devem primeiro aprender a ler a cartilha na qual
está o alfabeto, a oração do Senhor, o credo e outras orações. Quando eles o
aprenderem, receberão Donatus e Cato, para ler Donatus e expor Cato. O
professor precisa expor uma ou duas frases de cada vez, e as crianças devem
repeti-las em um momento posterior, para que assim construam um vocabulário
(Conrad Bergendoff, editor, Church and Ministry II, vol. 40, Luther’s
Works, (Philadelphia: Muhlenberg Press, 1958), 315–316).
Menciono esse fato simplesmente para mostrar que este
professor universitário estava intensamente envolvido na tentativa de resolver
os problemas de ministério mais práticos, desde o berço até ao túmulo. Ele não
estudava em período de lazer ininterrupto de verões sabáticos e longos. Ele era
constantemente solicitado e estava constantemente trabalhando.
Então, concluo que embora ele fosse um professor
universitário, há razões pelas quais os pastores deveriam olhar para o seu
trabalho e ouvir as suas palavras, de modo a aprenderem e se inspirarem para o
ministério da Palavra — a “Palavra externa”, o Livro.
Lutero no estudo: a diferença feita pelo Livro
Para Lutero, a importância do estudo estava tão entrelaçada
com sua descoberta do verdadeiro evangelho que ele nunca poderia tratar do
estudo como qualquer outra coisa que não fosse absolutamente crucial, vital e
formadora da história. Para ele, o estudo tinha sido a porta de entrada para o
evangelho, para a Reforma e para Deus. Nós presumimos tanto hoje sobre a
Palavra que dificilmente podemos imaginar o que custou a Lutero lutar pela
verdade e defender o acesso à Palavra. Para Lutero, o estudo é importante. Sua
vida e a vida da igreja dependiam disso. Precisamos perguntar se todo o terreno
conquistado por Lutero e por outros reformadores pode ser perdido ao longo do
tempo se perdermos essa paixão por estudar, ao presumirmos que a verdade
permanecerá óbvia e disponível.
Para ver esse entrelaçamento entre o estudo e o evangelho
vamos voltar aos primeiros anos em Wittenberg. Lutero data a grande descoberta
do evangelho em 1518 durante a sua série de estudos nos Salmos (Dillenberger,
xvii). Ele conta a história em seu Preface to the Complete Edition of
Luther’s Latin Writings [Prefácio à Edição Completa dos Escritos de
Lutero em Latim]. Essa descrição da descoberta é extraída do prefácio escrito
em 5 de março de 1545, ano anterior à sua morte. Observe as referências aos
seus estudos das Escrituras (em itálico).
Eu realmente fui cativado com um extraordinário ardor por
entender Paulo na Epístola aos Romanos. Mas, até então, foi… uma única
palavra no Capítulo 1 [.17]: “Porque nele se descobre a justiça de Deus”, que
permaneceu em meu caminho. Pois, eu odiei aquela expressão “justiça de
Deus”, que, segundo o uso e o costume de todos os professores, fui
ensinado a compreender filosoficamente a justiça formal ou ativa, como
a chamavam, com a qual Deus é justo e castiga o pecador injusto.
Ainda que como monge eu tinha uma vida irrepreensível,
sentia que era um pecador diante de Deus, e tinha uma consciência extremamente
perturbada. Não podia crer que Deus era aplacado com as satisfações que eu lhe
dava. Eu não amava, mas sim, odiava a justiça de Deus que pune pecadores e,
secretamente, se não com blasfêmia, com certeza murmurando muito, estava irado
contra Deus e disse: “Como se não bastasse que miseráveis pecadores,
eternamente perdidos por causa do pecador original, sejam esmagados por toda
espécie de calamidade pelo Decálogo, Deus tivesse de acrescentar dor sobre dor
pelo evangelho, e também com o evangelho nos ameaçando com sua justa ira!”.
Assim, me irava, com uma consciência furiosa e perturbada. Contudo, persistentemente
golpeei aquela passagem de Paulo, desejando ardentemente entender o que ele
quis dizer com “a justiça de Deus”.
Por fim, pela misericórdia de Deus, meditando dia e
noite, observei o contexto das palavras, a saber: “Porque nele se descobre
a justiça de Deus de fé em fé, como está escrito: Mas o justo viverá pela fé”.
Ali, comecei a entender que a justiça de Deus é aquela pela qual o justo vive
por meio de um dom de Deus, ou seja, pela fé. E este é o significado: a justiça
de Deus é revelada pelo evangelho, ou seja, a justiça passiva com a qual [o]
Deus misericordioso nos justifica pela fé, como está escrito: “o justo viverá
pela fé”. Senti que nasci de novo e entrei no próprio paraíso através de
portões abertos. Nessa passagem, uma face totalmente diferente de toda a
Escritura se revelou a mim. Então, de memória, percorri as Escrituras…
E considerei a palavra amabilíssima com um amor tão grande
quanto o ódio que tinha antes ao odiar a expressão “justiça de Deus”.
Assim, essa passagem em Paulo foi para mim verdadeiramente o
portão do paraíso (Dillenberger, 11).
Observe como Deus estava trazendo Lutero para a luz do
evangelho da justificação. Todas as seguintes seis frases revelam a intensidade
do estudo e da luta com o texto bíblico:
- Eu realmente fui cativado com um extraordinário ardor por entender Paulo na Epístola aos Romanos.
- Segundo o uso e o costume de todos os professores, fui ensinado a compreender filosoficamente (Uma abordagem ao estudo da qual ele estava sendo liberto).
- Persistentemente golpeei aquela passagem de Paulo, desejando ardentemente entender o que ele quis dizer.
- Por fim, pela misericórdia de Deus, meditando dia e noite, observei o contexto das palavras.
- Então, de memória, percorri as Escrituras.
- Essa passagem em Paulo foi para mim verdadeiramente o portão do paraíso.
As sementes de todos os hábitos de estudo de Lutero estão
aqui ou são claramente implícitas. O que, então, distinguia o homem Lutero no
estudo?
- Lutero elevou o próprio texto bíblico acima de todos os comentaristas ou pais da igreja.
Esta não foi a conclusão feita a partir da preguiça.
Melancthon, amigo e colega de Lutero em Wittenberg, disse que Lutero conhecia
tão bem a sua dogmática nos primeiros dias que ele poderia citar todas as
páginas de Gabriel Biel (o texto padrão da Dogmática, publicado 1488) de cor
(Oberman, 138). Isso não era falta de interesse pelos pais e filósofos; era uma
paixão primordial pela superioridade do próprio texto bíblico.
Ele escreveu em 1533: “Por vários anos, tenho agora lido
anualmente a Bíblia duas vezes. Se a Bíblia fosse uma árvore grande e poderosa
e todas as suas palavras fossem pequenos ramos, tenho tocado em todos os ramos,
desejoso de saber o que havia ali e o que cada ramo tinha para oferecer”
(Plass, 83). Oberman diz que Lutero manteve essa prática por no mínimo dez anos
(173). A Bíblia passou a significar mais para Lutero do que todos os pais e
comentaristas.
“Aquele que conhece bem o texto da Escritura”, disse Lutero
em 1538, “é um teólogo distinto. Pois, uma passagem ou texto bíblico tem mais
valor do que os comentários de quatro autores” (Plass, 1355). Em sua Carta
Aberta à Nobreza Cristã, Lutero explicou a sua preocupação:
Os escritos de todos os santos pais devem ser lidos apenas
por um período, para que possamos ser conduzidos às Sagradas Escrituras.
Conforme ocorre, no entanto, nós os lemos apenas para sermos absorvidos neles e
nunca chegamos às Escrituras. Somos como homens que estudam essas placas
sinalizadoras e nunca viajam pela estrada. Os queridos pais, por meio de seus
escritos, desejavam que fôssemos levados às Escrituras, mas nós os usamos para
sermos afastados das Escrituras, embora somente as Escrituras sejam nossa vinha
onde devemos trabalhar e nos esforçar (Kerr, 13).
A Bíblia é a vinha do pastor, onde ele deve trabalhar e se
esforçar. Mas, Lutero se queixou em 1539: “A Bíblia está sendo enterrada pela
abundância dos comentários, e o texto está sendo negligenciado, embora em cada
ramo de aprendizagem os melhores são aqueles que conhecem o texto” (Plass, 97).
Para Lutero, isso não é uma mera pureza e fidelidade às fontes. Este é o
testemunho de um homem que encontrou a vida na fonte da montanha, não no
córrego secundário no vale. Para Lutero, era uma questão de vida e morte se
alguém estudava o texto da própria Escritura ou passava a maior parte do tempo
lendo comentários e literatura secundária. Lembrando dos primeiros dias de seu
estudo das Escrituras, ele disse:
Quando eu era jovem, lia a Bíblia repetidamente, e era tão
familiarizado com ela, que, em um instante, eu conseguiria apontar para
qualquer versículo que fosse mencionado. Depois, li os comentaristas, mas logo
os deixei, pois encontrei neles coisas que minha consciência não poderia
aprovar, por serem contrárias ao texto sagrado. É sempre melhor ver com os
próprios olhos do que com os de outras pessoas (Kerr, 16).
Lutero não quis dizer que não há lugar para ler outros
livros. Afinal, ele escreveu livros. Mas ele nos aconselha a torná-los
secundários e considerar poucos deles. Para mim, como um leitor lento, acho
esse conselho muito encorajador. Ele diz:
Um aluno que não deseja que seu esforço seja desperdiçado,
deve ler e reler um bom escritor de modo que o autor se integre, por assim
dizer, em sua carne e sangue. Pois, uma grande variedade de leitura confunde e
não ensina. Isso torna o aluno semelhante a um homem que mora em todos os
lugares e, portanto, em nenhum lugar específico. Assim como não desfrutamos
diariamente da comunhão com todos os nossos amigos, mas apenas de alguns amigos
especiais, assim também deve ser em nossos estudos (Plass, 112).
A quantidade de livros teológicos deve… ser reduzida, e deve
ser feita uma seleção do melhor deles; pois muitos livros e muitas leituras não
tornam os homens muito sábios. Mas ler algo bom e ler com frequência, por pouco
que seja, é a prática que torna os homens sábios nas Escrituras e que também os
torna piedosos (113).
- Este foco radical no texto da própria Escritura, com a literatura secundária em um lugar secundário, conduz Lutero a uma luta intensa e séria com as próprias palavras de Paulo e outros escritores bíblicos.
Em vez de voltar-se aos comentários e aos pais, ele diz: “persistentemente
golpeei aquela passagem de Paulo, desejando ardentemente entender o
que ele quis dizer”. Esta não foi uma ocorrência isolada.
Ele disse aos seus alunos que o exegeta deveria tratar uma
passagem difícil de modo semelhante a como Moisés fez com a rocha no deserto,
ferindo-a com sua vara até que jorrasse água para as pessoas sedentas (Oberman,
224). Em outras palavras, golpeie o texto. “Persistentemente golpeei aquela
passagem de Paulo”. Há um grande incentivo nesta luta com o texto: “A Bíblia é
uma fonte impressionante: quanto mais alguém tira água dela e a bebe, mais a
sede é estimulada” (Plass, 67).
No verão e no outono de 1526, Lutero assumiu o desafio de
expor Eclesiastes ao pequeno grupo de estudantes que permaneceu em Wittenberg
durante a praga. “Salomão, o pregador”, ele escreveu a um amigo, “está me dando
trabalho, como se ele aborrecesse alguém que leia sobre ele. Mas ele deve se
render” (Heinrich Bornkamm, trans. by E. Theodore Bachmann, Luther in
Mid-Career, 1521–1530, (Philadelphia: Fortress Press, 1983, orig. 1979),
564.).
O estudo era isso para Lutero — tomar um texto como Jacó
tomou o anjo do Senhor e dizer: “Ele deve se render. EU IREI ouvir e conhecer a
Palavra de Deus neste texto para a minha alma e para a igreja!”. Foi assim que
ele entendeu o significado de “justiça de Deus” na justificação. E foi assim
que ele rompeu com a tradição e com a filosofia repetidas vezes.
- O poder e a preciosidade do que Lutero viu quando golpeou persistentemente a linguagem de Paulo o convenceu para sempre de que a leitura do grego e do hebraico era um dos maiores privilégios e responsabilidades do pregador reformado.
Novamente, o motivo e a convicção aqui não são compromissos
acadêmicos para a erudição de alto nível, mas compromissos espirituais para
proclamar e preservar um evangelho puro.
Lutero falou contra mil anos de trevas da igreja sem a
Palavra, quando afirmou com ousadia: “Certamente, a menos que as línguas
permaneçam, o evangelho finalmente perecerá” (Kerr, 17). Ele pergunta: “Você
pergunta qual é a utilidade de aprender as línguas? Você diz: ‘Podemos muito
bem ler a Bíblia em alemão?’”. E ele responde:
Sem as línguas não teríamos recebido o evangelho. As línguas
são a bainha que contém a espada do Espírito; são a caixa que contém as
inestimáveis joias do pensamento antigo; são o vaso que contém o vinho; e
como o evangelho diz, são os cestos nos quais os pães e os peixes são guardados
para alimentar a multidão.
Se negligenciarmos a literatura, acabaremos por perder o
evangelho… Assim que os homens cessaram de cultivar as línguas, a Cristandade
declinou, até que caiu sob o domínio incontestável do papa. Mas, logo que essa
tocha reacendeu, aquela coruja papal fugiu com um grito em uma escuridão
congenial. Em tempos passados, os pais se equivocaram frequentemente, porque
ignoraram as línguas e, em nossos dias, há quem, como os valdenses, não pense
que as línguas têm qualquer utilidade; mas, embora a sua doutrina seja boa,
muitas vezes erram quanto ao verdadeiro significado do texto sagrado; eles
estão sem armas contra erros, e temo muito que a sua fé não permanecerá pura
(Martyn, 474).
A principal questão era a preservação e a pureza da fé. Onde
as línguas não são apreciadas e buscadas, o cuidado na observação bíblica e no
pensamento bíblico e a preocupação com a verdade diminuem. Isso porque as
ferramentas para pensar de outra forma não são presentes. Esta era uma
possibilidade intensamente real para Lutero porque ele sabia disso. Ele disse,
Se as línguas não me deixassem confiante quanto ao
verdadeiro significado da Palavra, eu ainda poderia continuar sendo um monge
agrilhoado, empenhado em pregar silenciosamente os erros romanistas na
obscuridade de um claustro; o papa, os sofistas e o império anticristão teriam
permanecido inabaláveis (Martyn, 474).
Em outras palavras, ele atribui o avanço da Reforma ao poder
penetrante das línguas originais. O grande evento linguístico do tempo de
Lutero foi a aparição do Novo Testamento grego editado por Desidério Erasmo.
Assim que essa versão em grego apareceu em meio ao verão de 1516, Lutero a
obteve e começou a estuda-la e usa-la em suas aulas sobre Romanos 9. Ele fez
isso apesar de Erasmo ser um adversário teológico. Ter as línguas originais era
um tesouro para Lutero; se fosse o caso, ele teria ido à escola com o próprio
Diabo para aprendê-las.
Ele estava convencido de que haveriam muitos obstáculos no
estudo sem a ajuda das línguas originais. “Santo Agostinho”, ele disse, “é
obrigado a confessar, quando escreve em De Doctrina Christiana, que
um professor cristão que deve expor as Escrituras também precisa das línguas
grega e hebraica, além do latim; caso contrário, é impossível para ele não
enfrentar obstáculos em toda parte” (Plass, 95).
E ele estava persuadido de que conhecer as línguas traria
frescor e força à pregação. Ele disse:
Embora a fé e o evangelho possam ser proclamados por
pregadores simples sem as línguas originais, tal pregação é superficial e
fraca; os homens, no mínimo, se tornam enfadados e aborrecidos, e esta pregação
acaba caindo por terra. Mas, quando o pregador é versado nas línguas, seu
discurso tem frescor e força, toda a Escritura é considerada, e a fé é
constantemente renovada por uma variedade contínua de palavras (Kerr, 148).
Agora, essa é uma afirmação desencorajadora para muitos
pastores que negligenciaram o grego e o hebraico. O que eu diria é que conhecer
as línguas originais pode fazer de qualquer pregador dedicado um pregador
melhor — mais vigoroso, mais fiel, mais confiante e mais incisivo. Porém, é
possível pregar fielmente sem elas — pelo menos por um tempo. A prova da nossa
fidelidade à Palavra, se temos negligenciado as línguas, é a seguinte: temos um
grande interesse que a igreja de Cristo promova a sua preservação, ensino e uso
generalizados nas igrejas? Ou nós, por autoproteção, minimizamos a sua
importância porque agir de outra forma seria ruim? Suspeito que, para muitos de
nós hoje, as palavras fortes de Lutero sobre nossa negligência e indiferença
são precisas quando ele diz:
É um pecado e uma vergonha não conhecer nosso próprio livro
ou não entender o discurso e as palavras de nosso Deus; é um pecado e uma perda
ainda maiores que não estudamos as línguas originais, especialmente nestes
dias, quando Deus está concedendo e nos dando homens, livros e todas as
facilidades e incentivos para este estudo, e deseja que a Bíblia seja um livro
aberto. Ah, quão felizes os queridos pais teriam se tivessem a oportunidade de
estudar as línguas e chegarem assim preparados para as Sagradas Escrituras! Que
grande labor e esforço custou-lhes reunir algumas migalhas, enquanto nós, com
metade do trabalho — sim, quase sem trabalho algum — podemos obter todo o pão!
Ah, como o esforço deles envergonha a nossa indolência (Meuser, 43).
Essa referência à “indolência” nos leva à próxima
característica de Lutero no estudo.
Por: John Piper. © Desiring God
Foundation.Website: desiringGod.org.
Traduzido com permissão. Fonte: Martin Luther: Lessons from His Life and
Labor.
Original: Martinho Lutero: lições a partir de sua vida e
labores. © Ministério Fiel. Website: MinisterioFiel.com.br.
Todos os direitos reservados. Tradução: Camila Rebeca Teixeira. Revisão:
William Teixeira.
MARTINHO LUTERO: LIÇÕES A PARTIR DE SUA VIDA E LABORES
(Conferência Bethlehem para Pastores 1996)
John Piper é doutor em Teologia pela Universidade de Munique
e fundador do desiringGod.org e chanceler no Bethlehem College & Seminary.
Ele serviu por 33 anos como pastor principal da Bethlehem Baptist Church em
Minneapolis, Minnesota. Piper é autor de diversos livros, incluindo Uma Glória
Peculiar (Fiel) e Em busca de Deus (Shedd).
Uma das grandes redescobertas da Reforma — especialmente de
Martinho Lutero — foi que a Palavra de Deus vem até nós sob a forma de um
livro. Em outras palavras, Lutero compreendeu este fato poderoso: Deus preserva
a experiência de salvação e santidade de geração em geração por meio de um
livro de revelação, não por um bispo em Roma, e não pelos êxtases de Thomas
Müntzer e pelos profetas de Zwickau. A Palavra de Deus vem até nós em um Livro.
Essa redescoberta moldou Lutero e a Reforma.
Um dos principais oponentes de Lutero na Igreja Romana,
Sylvester Prierias, escreveu em resposta às suas 95 teses:
Aquele que não aceita a doutrina da Igreja de Roma e do
pontífice de Roma como uma regra de fé infalível, a partir da qual as Sagradas
Escrituras também têm a sua força e autoridade, é um herege.
Em outras palavras, a Igreja e o papa são o depósito
autoritativo da salvação e da Palavra de Deus; e o Livro é derivado e
secundário. “O que há de novo em Lutero”, diz Heiko Oberman, “é a noção de
obediência absoluta às Escrituras contra qualquer autoridade; sejam elas papas
ou concílios” (193). Em outras palavras, a salvífica, santificadora e
autoritativa Palavra de Deus vem até nós em um livro. As implicações desta
simples observação são enormes.
Lutero descobre o Livro
Em 1539, ao comentar o Salmo 119, Lutero escreveu: “Neste
salmo, Davi sempre diz que irá falar, pensar, falar, ouvir, ler — de dia e de
noite, constantemente — nada além da Palavra e dos mandamentos de Deus. Porque
Deus deseja dar-lhe o seu Espírito somente através da Palavra externa”
(1359). Esta frase é extremamente importante. A “Palavra externa” é o Livro. E
o Espírito salvífico, santificador e iluminador de Deus, ele diz, vem até nós
através desta “Palavra externa”.
Lutero o chama de “Palavra externa” para enfatizar que é
objetiva, fixa, fora de nós e, portanto, imutável. É um livro. Nem a hierarquia
eclesiástica nem o êxtase fanático podem substituí-la ou moldá-la. É “externa”,
como Deus. Você pode se apossar dela ou rejeitá-la. Mas você não pode torná-la
diferente do que é. É um livro com letras, palavras e frases fixas.
E Lutero disse com grande força em 1545, o ano anterior à
sua morte: “O homem que deseja ouvir Deus falar, leia a Sagrada Escritura”
(62). Antes, ele havia dito em seus sermões em Gênesis: “O próprio Espírito
Santo e Deus, o Criador de todas as coisas, é o Autor deste Livro” (62).
Batalha com o Livro
Uma das implicações do fato de que a Palavra de Deus vem até
nós em um livro é que o tema desta conferência é “The Pastor and His
Study” [O Pastor e Seu Estudo], não “O pastor e sua sessão
espiritual”, ou “O pastor e sua intuição” ou “O pastor e seu
multi-perspectivalismo religioso”. A Palavra de Deus que salva e santifica, de
geração em geração, está preservada em um Livro. E, portanto, no centro do
trabalho de cada pastor está o trabalho com esse livro. Chame-o de leitura,
meditação, reflexão, cogitação, estudo, exegese ou do que quiser — uma parte
grande e central do nosso trabalho é batalhar pelo significado de Deus em um
livro e proclamá-lo no poder do Espírito Santo.
Lutero sabia que alguns tropeçariam no puro conservadorismo
desse fato simples e imutável. A Palavra de Deus está fixada em um Livro. Ele
sabia então, como sabemos hoje, que muitos dizem que essa afirmação anula ou
minimiza o papel crucial do Espírito Santo em conceder vida e luz. Lutero, eu
penso, diz: “Sim, isso pode acontecer”. Alguém pode argumentar que enfatizar o
brilho do sol anula o cirurgião que remove a cegueira. Porém a maioria das
pessoas não concordaria com isso. Certamente Lutero não concordaria.
Ele disse em 1520: “Estejam certos de que ninguém senão o
Espírito Santo, desde o céu, torna alguém um doutor nas Escrituras Sagradas”
(1355). Lutero era um grande amante do Espírito Santo. E a sua exaltação do
livro como “Palavra externa” não depreciava o Espírito. Pelo contrário, elevava
o grande dom do Espírito à cristandade. Em 1533, ele disse: “A Palavra de Deus
é o maior, mais necessário e mais importante objeto na cristandade” (913). Sem
a “palavra externa”, não discerniríamos um espírito do outro, e a personalidade
objetiva do próprio Espírito Santo se perderia na obscuridade de expressões
subjetivas. Estimar o Livro implicava a Lutero que o Espírito Santo é uma
Pessoa bela a ser conhecida e amada, e não um barulho a ser sentido.
A Palavra encarnada
Outra objeção à ênfase de Lutero no livro é que a Palavra
escrita minimizaria a Palavra encarnada, o próprio Jesus Cristo. Lutero diz que
o contrário é verdade. Na medida em que a Palavra de Deus é desconectada da
objetiva “Palavra externa”, a Palavra encarnada, o Jesus histórico, torna-se um
nariz de cera moldado segundo as preferências de cada geração. Lutero tinha uma
arma com a qual buscava livrar a Palavra encarnada de ser vendida nos mercados
de Wittenberg. Ele expulsou os cambistas — os vendedores de indulgências — com
o chicote da “Palavra externa”, o livro.
Quando ele afixou as 95 teses em 31 de outubro de 1517, a
tese de número 45 dizia: “Os cristãos deveriam ser ensinados que aquele que vê
um necessitado, mas desvia o seu olhar dele, e compra uma indulgência, recebe
não a remissão do papa, mas a ira de Deus” (Oberman, 77). Esse golpe veio do
Livro — da história do bom samaritano e do segundo grande mandamento no livro —
a “Palavra externa”. E sem o Livro, não haveria golpe algum. E o Verbo
encarnado seria o brinquedo de barro de todos. Então, precisamente por causa do
Verbo encarnado, Lutero exalta a Palavra escrita, a “Palavra externa”.
É verdade que a igreja precisa ver o Senhor em suas
conversas terrenas e caminhando sobre a terra. Nossa fé está enraizada nessa
revelação decisiva na história. Mas Lutero reafirmou que essa visão acontece
através de um registro escrito. O Verbo encarnado é revelado a nós em um Livro.
Não é impressionante que o Espírito nos dias de Lutero, e em nossos dias, era e
é praticamente silencioso sobre o Senhor encarnado — exceto quando magnifica a
glória de Deus através do registro escrito sobre o Verbo encarnado?
Nem a igreja Romana nem os profetas carismáticos alegaram
que o Espírito do Senhor lhes narrou eventos incontáveis sobre o Jesus
histórico. Isso é surpreendente. De todas as reivindicações de autoridade sobre
a “Palavra externa” (pelo papa), e ao lado da “Palavra
externa” (pelos profetas), nenhuma delas traz novas informações sobre a vida
encarnada e o ministério de Jesus. Roma se atreve a acrescentar fatos à vida de
Maria (por exemplo, a concepção imaculada, que Pio IX anunciou em 8 de dezembro
de 1854), mas não à vida de Jesus. Os profetas carismáticos desejaram anunciar
novas ações do Senhor no século XVI, e em nossos dias, mas nenhum parece
relatar uma nova parábola ou um novo milagre do Verbo encarnado, omitido nos
Evangelhos. Nem a autoridade romana nem o êxtase profético acrescentam ou removem
algum registro externo sobre o Verbo encarnado.
Por que o Espírito é tão silencioso quanto ao Verbo
encarnado — mesmo entre aqueles que usurpam a autoridade do Livro? A resposta
parece ser que agradou a Deus revelar o Verbo encarnado a todas as gerações
através de um Livro, especialmente através dos Evangelhos. Lutero disse o
seguinte:
Os próprios apóstolos consideraram necessário ter o Novo
Testamento em grego e guardá-lo seguramente nessa linguagem, sem dúvida, para
preservá-lo de forma segura e sadia como em uma arca sagrada. Pois, eles
previram tudo o que ocorreria e que agora passou a acontecer, e sabia que, se
estivesse apenas na cabeça de alguém, desordem e confusão grosseiras e
terríveis, e muitas diferentes interpretações, fantasias e doutrinas surgiriam
na igreja, as quais poderiam ser evitadas e das quais o homem simples poderia
ser protegido somente se o Novo Testamento fosse escrito neste idioma. (17)
O ministério interno do Espírito não anula o ministério da
“Palavra externa”. Ele não duplica o que foi designado a fazer. O Espírito
glorifica o Verbo encarnado dos Evangelhos, mas ele não narra novamente as suas
palavras e ações para os analfabetos ou pastores negligentes.
A imensa implicação disso para o ministério pastoral é
que nós, pastores, somos essencialmente agentes da Palavra de Deus
transmitida em um livro. Somos fundamentalmente leitores, mestres e
proclamadores da mensagem do Livro. E tudo isso é para a glória do Verbo
encarnado e pelo poder do Espírito que habita no interior. Mas nem o Espírito
que habita em nós nem o Verbo encarnado nos afastam do Livro que Lutero chamou
de “Palavra externa”. Cristo é manifesto em nossa adoração, em nossa comunhão e
em nossa obediência à “Palavra externa”. Aqui é onde vemos a glória de Deus na
face de Cristo (2 Coríntios 4.6). Então, é por causa de Cristo que o
Espírito se concentra no Livro, onde Cristo é evidente, não nos êxtases, onde
ele é obscurecido.
A questão específica que desejo tentar responder a você é:
Que diferença essa descoberta do livro fez na maneira como Lutero realizou o
seu ministério da Palavra? O que podemos aprender a partir de Lutero ao
estudarmos a Palavra? Toda a vida profissional de Lutero foi vivida como
professor na Universidade de Wittenberg. Então, será útil traçarmos sua vida
até esse ponto e depois perguntarmos por que um professor pode ser um modelo
útil para pastores.
O caminho para ser um professor universitário
Lutero nasceu em 10 de novembro de 1483, em Eisleben, filho
de um mineiro de cobre. Seu pai queria que ele fosse um advogado. E ele estava
a caminho dessa vocação na Universidade. Segundo Heiko Oberman, “dificilmente
há informações autenticadas sobre os primeiros dezoito anos que levaram Lutero
à Universidade de Erfurt” (102).
Em 1502, aos 19 anos, ele recebeu o diploma de bacharelado,
de modo inexpressivo, sendo considerado o número 30 dentre os 57 alunos em sua
classe. Em janeiro de 1505, ele recebeu seu mestrado em Erfurt e ficou em
segundo lugar entre os 17 candidatos. Naquele verão, a providencial experiência
semelhante à de Damasco aconteceu. No dia 2 de julho, no caminho de casa para a
faculdade de direito, ele foi surpreendido por uma tempestade e lançado no chão
por um raio. Ele gritou: “Ajude-me, santa Ana, e me tornarei um monge” (92).
Ele temia por sua alma e não sabia como encontrar segurança no evangelho. Foi
assim, que ele acabou indo para o mosteiro.
Quinze dias depois, para desgosto de seu pai, ele manteve o
seu voto. Em 17 de julho de 1505, ele bateu no portão dos eremitas agostinianos
em Erfurt e pediu ao monge principal para aceitá-lo na ordem. Mais tarde, ele
disse que essa escolha foi um pecado flagrante — “sem qualquer valor”, pois foi
feita contra seu pai e por medo. Então, ele acrescentou: “Mas quanto bem o
Senhor misericordioso permitiu em meu ingresso ao mosteiro!” (116). Vemos esse
tipo de providência misericordiosa frequentemente na história da igreja, e isso
deve nos proteger dos efeitos paralisantes de decisões ruins em nosso passado.
Deus não é impedido em seus propósitos soberanos de nos guiar, como ele fez com
Lutero, a partir de erros para uma vida frutífera de alegria.
Ele tinha 21 anos quando se tornou um monge agostiniano. Passar-se-ia
mais de vinte anos até se casar com Katharina von Bora, em 13 de junho de 1525.
Assim, houve mais vinte anos de luta com as tentações de um homem solteiro que
tinha fortes inclinações. Mas “no mosteiro”, disse ele, “não pensava em
mulheres, dinheiro ou bens; antes, meu coração tremia e se abalava sobre se
Deus concederia a sua graça a mim… Pois, eu me desviei da fé e não podia deixar
de imaginar que havia irritado a Deus, a quem eu, por sua vez, precisava
apaziguar fazendo boas obras” (128). Não houve discussão teológica nos
primeiros estudos de Lutero. Ele disse: “Se eu pudesse crer que Deus não estava
irado comigo, me tranquilizaria com alegria” (315).
Na Páscoa, 3 de abril (provavelmente) de 1507, ele foi
ordenado para o sacerdócio, e no dia 2 de maio, celebrou a sua primeira missa.
Ele estava tão sobrecarregado com o pensamento da majestade de Deus, ele diz,
que quase fugiu. O monge principal o persuadiu a continuar. Oberman diz que
este incidente não é isolado.
Um senso do “mysterium tremendum” da santidade de
Deus foi característico de Lutero ao longo de sua vida. Esse senso impediu a
rotina de monge de penetrar em suas relações com Deus e guardou os seus estudos
bíblicos, orações ou leitura da missa de degenerar em mero ato mecânico; a sua
preocupação principal em tudo isso era o encontro com o Deus vivo (137).
Durante dois anos, Lutero ensinou aspectos da filosofia aos
monges mais novos. Ele disse mais tarde que a filosofia do ensino era como
esperar pelo objeto real (Oberman, 145). Em 1509, o que era real veio e seu
amado superior, conselheiro e amigo, Johannes von Staupitz, permitiu o acesso
de Lutero à Bíblia, ou seja, ele permitiu que Lutero ensinasse a Bíblia em vez
da filosofia moral — Paulo em vez de Aristóteles. Três anos depois, em 19 de
outubro de 1512, aos 28 anos de idade, Lutero recebeu seu doutorado em
teologia, e Staupitz lhe concedeu a cadeira de teologia bíblica na Universidade
de Wittenberg, que Lutero ocupou por todo o restante de sua vida.
Continua na Parte 2
Por: John Piper. © Desiring God
Foundation.Website: desiringGod.org.
Traduzido com permissão. Fonte: Martin Luther: Lessons from His Life and
Labor.
Original: Martinho Lutero: lições a partir de sua vida e
labores. © Ministério Fiel. Website: MinisterioFiel.com.br.
Todos os direitos reservados. Tradução: Camila Rebeca Teixeira. Revisão:
William Teixeira.
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